Vibra e Brasil BioFuels anunciam produção de combustível sustentável para aviação

O biodiesel verde e o SAF produzidos com óleo de palma podem ser misturados ao combustível de origem fóssil e substituir, parcial ou integralmente, o diesel tradicional e o querosene de aviação

A Vibra Energia e a Brasil BioFuels (BBF) firmam uma nova parceria para a produção e comercialização de combustível sustentável de aviação, conhecido como SAF, a partir do óleo de palma. A BBF fará o investimento industrial, de cerca R$ 2 bilhões, na construção da biorrefinaria, na Zona Franca de Manaus, onde serão produzidos o HVO e o SAF, com volume estimado em 500 mil m³ por ano, o equivalente a 2% da demanda Brasil da Vibra de QAV+DIESEL e 24% da região Norte.

A Vibra não fará aporte financeiro e atuará como offtaker individual, com exclusividade sobre a produção por cinco anos, com possibilidade de ser renovado por mais cinco anos, e se valerá da sua capilaridade de distribuição e força comercial para acessar clientes que estão em busca de soluções sustentáveis e ajudá-los a fazer sua descarbonização. Esta será a primeira produção no Brasil de biocombustível para a aviação em escala industrial, com oportunidade também de geração de créditos de carbono.

A biorrefinaria entrará em operação no primeiro semestre de 2025 e também será responsável, além do SAF, pela produção do HVO (sigla em inglês para óleo vegetal hidrotratado ou diesel verde), produto da primeira parceria entre as duas companhias, anunciada em novembro de 2021. A previsão é de que o SAF e o HVO sejam disponibilizados ao mercado brasileiro entre 2025 e 2026.

Tanto o HVO quanto o SAF são uma solução “drop-in”, ou seja, podem ser misturados ao combustível de origem fóssil e substituir, de forma integral e imediata, o diesel e o querosene de aviação, respectivamente, sem necessidade de adaptações, com um custo de produção competitivo em relação ao diesel e ao QAV fóssil.

O SAF será, num primeiro estágio, misturado ao combustível tradicional da aviação (QAV), porém, os percentuais mínimos obrigatórios ainda estão em discussão. A expectativa é de que a participação do biocombustível seja gradualmente ampliada até que seja a maior parte do tanque.

Produção

O plano segue a essência de verticalização agrícola da BBF, operando desde o plantio da palma em áreas degradadas, produção do óleo vegetal até a manufatura do biocombustível. A produção majoritária do óleo de palma, principal matéria-prima para a produção de SAF, será realizada nas instalações da BBF localizadas no município de São João da Baliza, interior de Roraima.

O cultivo da palma será em áreas consideradas degradadas da região amazônica e certificadas, autorizadas para plantio conforme Decreto nº 7.172/2010, e contribui para a descarbonização, com a significativa geração de créditos de carbono. Até 2026, mais de 120 mil hectares de palma serão plantados, com uma capacidade da área já certificada de 31 milhões de hectares. Em 20 anos, pode-se obter 14,8 milhões de créditos de carbono.

De acordo com a Vibra, o SAF é uma das maneiras mais eficazes de reduzir o impacto ambiental da aviação. A produção do combustível de aviação é uma solução “drop-in” completa. Isso significa que o SAF pode ser usado no lugar do combustível normal Jet A em todas as aeronaves, sem necessidade de voar ou realizar o serviço de abastecimento de forma diferente.

Apesar de o segmento de aviação contribuir apenas com cerca de 2% de toda a emissão global de carbono, a Vibra trabalha para reduzir as emissões em todos os seus setores de atuação, e ajudar seus clientes a trilharem o caminho da descarbonização.

Parceria-

A Vibra Energia e a Brasil BioFuels, em novembro de 2021, anunciaram parceria para criar a primeira refinaria verde para produção de HVO (Óleo Vegetal Hidrotratado ou diesel verde), do Brasil, na Zona Franca de Manaus.

A planta, instalada pela BBF, terá capacidade de produzir até 500 mil toneladas de combustíveis de segunda geração por ano e encontra-se em um ponto estratégico para a distribuição em toda a Região Norte do país. A Vibra atuará como offtaker da produção, tendo assim prioridade sobre esta e se valerá da sua capilaridade de distribuição e força comercial para acessar clientes que estão em busca de soluções sustentáveis.

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