O Estado de São Paulo vai liderar o uso do biometano no Brasil, revolucionando a indústria e a mobilidade, e quem vai puxar esse movimento é o agronegócio. A estimava é de Bruna Biazzi, gerente de novos negócios da Necta, distribuidora de gás natural no Noroeste Paulista, que pertence à Cosan, empresa que há dois anos e meio comprou diversas distribuidoras de gás no país – a MS Gás no Mato Grosso do Sul, a Compagás no Paraná, a Sul Gás no Rio Grande do Sul, a SC Gás em Santa Catarina, a CEG no Rio de Janeiro, a Comgás, na região metropolitana de São Paulo e a Necta no interior de São Paulo.
Em sua apresentação durante o Frotas Conectadas 2025, evento que ocorre até quarta-feira (18), no São Paulo Expo, a gerente da Necta revelou que, com a aquisição dessas distribuidoras, a Cosan começa a se preparar para criar na região centro sul de São Paulo uma cadeia logística com corredor sustentável para a distribuição de biometano. “A região que a empresa está é muito forte no agronegócio e tem 135 usinas com potencial de produção de mais de seis milhões de metros cúbicos de gás biometano por dia. Então, dá para descarbonizar muitos caminhões nesta rota.”
Em seu plano traçado para os próximos 20 anos, a Necta avaliou a capacidade de expansão da sua rede de gás para fomentar 46 usinas, colocado nas tubulações mais de três milhões de metros cúbicos de biometano. “Temos uma usina conectada hoje, a Cocal, em Narandiba, perto de Presidente Prudente. Na segunda-feira a empresa inaugurou a extensão de rede na cidade e já estamos conectando mais uma usina em Americo Brasiliense, perto de Araraquara, onde vamos colocar mais de 70 mil metros cúbicos por dia de biometano na nossa tubulação”, informou Biazzi. A primeira cidade a ter posto de abastecimento de 100% biometano é Presidente Prudente, com a inauguração do posto de combustível previsto para setembro deste ano.
No balanço energético do país, mais de 30% de energia que se consome vai para o transporte e 44% dessa energia são diesel – 180 mm de litros por dia –, sendo que 23% ainda é importado. “Em todo o setor de transporte 49% das emissões de gases do efeito estufa é por conta do diesel e temos o gás natural e o biometano com um papel integrador da transição energética”, disse a gerente e acrescentou: “Quando troca o diesel por gás natural há uma queda expressiva de Nox e de material particulado. Com o biometano se reduz as emissões de CO2 em até 95%.”
Além de falar com todos os donos de grandes redes de postos de combustíveis no interior de São Paulo, a Necta vem trabalhando junto com as montadoras Scania, Iveco e a fabricante de motores MWM, na tentativa de tornar o caminhão a gás mais competitivo.
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