A ZF Friedrichshafen AG, gigante do setor de tecnologia automotiva, segue em um intenso processo de reestruturação para fortalecer sua competitividade e reposicionar suas operações globais. A companhia registrou uma receita de 41,4 bilhões de euros em 2024, uma queda nominal de 11% em relação ao ano anterior, impactada pelo desmembramento da linha de montagem de eixos para carros de passeio, que gerava 2,6 bilhões de euros. O lucro operacional ajustado (EBIT) recuou para 1,5 bilhão de euros, representando uma margem de 3,6%.
“O ano de 2024 demonstrou a pressão crescente sobre nossa indústria e empresa”, afirmou o CEO do Grupo ZF, Holger Klein, durante a apresentação do balanço anual. “Estamos seguindo um plano estratégico claro para reduzir a dívida e tornar a ZF uma empresa mais ágil e rentável. Apesar dos desafios, avançamos na direção certa”.
A ZF manteve sua estratégia de otimização do portfólio, realocando investimentos para segmentos como chassis, veículos comerciais e tecnologia industrial. Em 2024, a companhia concluiu a criação da joint venture ZF Foxconn Chassis Modules GmbH, voltada para sistemas de chassis em parceria com a Foxconn, e consolidou a empresa de software independente Qorix.
O processo de reestruturação também levou à redução do quadro de funcionários. No fim de 2024, a ZF contava com 161,6 mil colaboradores, uma queda de 4% em relação a 2023. Na Alemanha, o corte foi de 4 mil postos, principalmente por meio de aposentadorias e reduções na jornada de trabalho. “Nosso objetivo é preservar o máximo de empregos e implementar mudanças da forma mais responsável possível”, disse Klein.
Impacto financeiro e perspectivas para 2025
Os custos de reestruturação de aproximadamente 600 milhões de euros impactaram o balanço da companhia, que registrou prejuízo de 1 bilhão de euros em 2024. A dívida líquida da empresa também aumentou, alcançando 10,4 bilhões de euros.
Para 2025, a ZF prevê um cenário desafiador, com crescimento econômico moderado na zona do euro e nos mercados automotivos. A projeção de receita gira em torno de 40 bilhões de euros, com margem EBIT ajustada entre 3% e 4%. “Estamos focados em ajustes estruturais e na continuação de parcerias que nos permitam crescer de forma sustentável”, disse o CFO Michael Frick.
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