A Mercedes-Benz Car e Vans apresentou para a imprensa a nova Sprinter elétrica. O veículo, que é produzido nas fábricas de Düsseldorf e Ludwigsfelde, na Alemanha, começa a ser comercializado no mercado brasileiro na próxima semana. “Vamos atuar em três segmentos, chassi, furgão e passageiro, que é o furgão vidrado para o transporte de passageiro e escolar”, afirmou Fábio Silva, gerente de vendas de vans da Mercedes-Benz Vans Brasil.
Alguns modelos da eSprinter, com PBT de 3,5 a 4,25 toneladas, já chegaram ao Brasil pelo Porto de Vitória e serão comercializados em 14 pontos de venda nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Curitiba e Rio de Janeiro. “Já tem um lote de veículos programados, mas a percepção inicial é que a demanda maior da eSprinter será do furgão Street”, comentou Silva. “Como é um veículo para operação em áreas urbanas estamos trazendo este modelo com uma bateria menor”, revelou Silva.
Além da versão Street para chassi de quatro toneladas, que custará R$ 482.900, a Mercedes-Benz vai trazer o furgão para uso na distribuição de compras do e-commerce ou transformado em ambulância, e o furgão vidrado para o transporte de passageiros. A versão topo de linha custará R$ 540 mil, segundo informou Silva.
Para facilitar o carregamento dos veículos, a Mercedes-Benz fechou parceria com a WEG, empresa multinacional brasileira fabricante de equipamentos elétricos e eletrônicos, que disponibilizará quatro opções de aparelho de carregamento. “Decidimos não vender o veículo com carregador porque os grandes frotistas já têm o equipamento em sua operação. Então o cliente poderá escolher o modelo que deseja na rede de concessionários”, esclareceu Silva. A eSprinter tem autonomia para rodar até 478 km.
A versão elétrica chega ao Brasil com a estratégia de fazer parte de uma tendência natural do mercado que tem investido na descarbonização. “A Mercedes-Benz, com o seu plano de eletrificação, entende que a Sprinter elétrica se adapta bem nas capitais brasileiras e em cada segmento que atua”, disse Silva. “Acreditamos que o Brasil tem grande potencial para absorver os modelos elétricos neste segmento de large vans.”
Segundo Ronald Koning, presidente e CEO da Mercedes-Benz Cars & Vans Brasil, a eSprinter está em sua segunda geração, com o conceito amplamente testado desde 2019. “Todas as fábricas no mundo estão operando com produtos naturais e a ambição mundial é ter uma operação utilizando 100% de energia renovável”, ressaltou o presidente.
A meta da Mercedes-Benz, segundo Koning, é alcançar 20% de participação nas vendas globais de veículos comerciais elétricos na categoria que compete a Sprinter, com a expectativa de atingir 50% até 2030. No entanto, essa meta será válida apenas para os mercados onde isso for possível. “Vamos criar um ecossistema eficiente para cargas”, afirmou o executivo
Mercado promissor
Hoje o mercado de vans com motor a combustão é de 30 mil unidades e a Mercedes-Benz tem 30% de participação. Este ano deve fechar com 33 mil unidades, 17% a mais do que no ano passado, segundo o gerente da Mercedes-Benz. Desse total, 5%, que corresponde a 1.500 unidades, serão de vans elétricas. “É um mercado que a Mercedes-Benz está entrando agora, mas acredito que pode começar com este volume”, disse Silva.
O gerente comentou que havia uma aposta muita grande neste mercado, mas não crescia por alguns fatores da economia, e em 2022 e 2023 se manteve no patamar em torno de 27 mil unidades. “Em 2024 está muito forte devido à demanda reprimida dos últimos dois anos, o crédito melhorou e teve campanhas agressivas realizadas pelas marcas. As vendas ao governo ajudaram no crescimento”, afirmou Silva.
Para 2025, a expectativa é que o mercado de veículos comerciais acima de três toneladas – as large vans – se mantenha no mesmo nível de vendas deste ano e a Mercedes-Benz espera manter os 30% de participação. “Ao longo dos próximos anos vai haver uma migração da Sprinter a combustão pelos modelos elétricos. No início serão as grandes locadoras, os frotistas e as empresas que têm foco em sustentabilidade que vão comprar este veículo. Não será um volume grande no começo, mas a tendência é crescer bastante no futuro, disse Silva.
O gerente comentou que nas atividades em aeroportos no Brasil a Sprinter tem uma fatia grande de mercado e há uma demanda dos clientes para o veículo elétrico por avaliar que o modelo é bom para este tipo de operação.
A empresa aposta também no mercado de fretamento que deverá migrar para vans elétricas. “É um segmento que a gente acredita bastante. Tem ainda um programa grande em São Paulo de descarbonização do transporte coletivo e o interesse de incluir nas operações veículos elétricos”, comentou Silva.