Anfavea revê positivamente as projeções para o mercado de caminhões

No primeiro semestre de 2021, a produção de caminhões atingiu 74,7 mil veículos, com alta de 115,1%; já a produção de ônibus apresentou incremento de 15%, somando 10,3 mil chassis

Márcia Pinna Raspanti

O setor de caminhões foi o destaque dos resultados dos seis primeiros meses do mercado automotivo, de acordo com a Associação Nacional de dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No primeiro semestre de 2021, a produção de caminhões alcançou 74,7 mil veículos, com alta de 115,1%, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em junho, a produção foi de 14,6 mil caminhões, com alta de 5,3% sobre maio e de 162,6% na comparação com o mesmo mês de 2020 – é importante ressaltar que o primeiro semestre de 2020, em especial o segundo trimestre, foi o período mais crítico para a indústria em virtude da pandemia.


O mercado de caminhões, entretanto, tem sido favorecido pelo bom desempenho do agronegócio e do e-commerce, além da mineração e construção civil. A produção do primeiro semestre de 2021 é a melhor para o período desde 2014. “O segmento de pesados vem aumentando desde 2018 e isso se manteve neste ano. Este aumento se deve ao aquecimento destes setores da economia, que demandam veículos com maior capacidade de carga”, observou Gustavo Rodrigo Bonini, vice-presidente da Anfavea.

A entidade também atualizou as projeções que havia apresentado em janeiro, referentes ao fechamento de 2021. A produção total da indústria automobilística, que era estimada em 2,52 milhões de unidades (alta de 25% sobre 2020), foi reduzida para 2,46 milhões (alta de 22% sobre o ano passado). Separando leves e pesados, a alta na produção estimada 2021-2020 caiu de 25% para 21% no segmento de automóveis e comerciais leves, e subiu de 23% para 42% no caso de caminhões e ônibus.


Já para as vendas internas, a expectativa agora é de 2,32 milhões de licenciamentos (elevação de 13% sobre o ano anterior), ante os 2,36 milhões previstos na coletiva de imprensa de janeiro. Os automóveis foram revistos para baixo, enquanto comerciais leves, caminhões e ônibus foram revistos para cima. As exportações foram revisadas de 353 mil para 389 mil na expectativa do ano, uma esperada alta de 20% sobre 2020, melhor que a elevação de 9% inicialmente projetada.


Nos licenciamentos para caminhões, a expectativa da entidade em janeiro era de 101 veículos licenciados no ano de 2021, o que significaria um crescimento do mercado de 13%. Em julho, essa projeção passou para 122 mil caminhões, o que corresponderá a um aumento de 36% neste ano.
Na opinião de Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, a economia brasileira deve ser influenciada por alguns fatores positivos, como a possível melhora do PIB e o arrefecimento da pandemia, com o avanço da vacinação, o que impactará o setor de serviços.

“Em contrapartida, a inflação, o aumento dos preços de insumos como aço e borracha, e perspectiva de aumento da taxa Selic são aspectos que afetam negativamente o nosso setor”, ponderou.

ÔNIBUS-

Os números de licenciamentos para o segmento de chassis de ônibus permanecem nos mesmos patamares. Em janeiro, a entidade projetava 15,7 mil licenciados até o fim do ano. Em julho, a projeção passou para 16 mil ônibus.


A produção de ônibus no Brasil registrou aumento de 15% no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020, segundo a Anfavea. Nos seis primeiros meses deste ano, foram produzidos 10,3 mil chassis de ônibus, comparados com 8,97 mil no primeiro semestre de 2020.


Na comparação com maio de 2021, houve discreta queda da produção de 1,9%. Em relação a junho de 2020, houve expansão de 17,1%. No semestre, a produção de urbanos cresceu 30%, enquanto de rodoviários apresentou uma queda de 37,7%, em relação aos seis primeiros meses de 2020.


O número de ônibus licenciados no primeiro semestre de 2021 teve uma alta de 31,9%, com 7,53 mil chassis em comparação a 5,71 mil. Comparando junho de 2020 com o mesmo mês deste ano, a alta foi de 33,8%, passando de 1.069 para 1,43 mil chassis. Os destaques foram os modelos escolares do programa Caminho da Escola e o segmento de fretamento.

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