Obrigatoriedade movimenta negócios com ar-condicionado

Enquanto a produção de ônibus para o mercado nacional vem caindo sistematicamente – em janeiro foram fabricadas apenas 346 carrocerias para ônibus, uma queda de quase 100% sobre as 568 unidades feitas no mesmo mês do ano passado – a produção desses veículos com sistemas de climatização vem crescendo e garantindo a atividade dos fabricantes […]

Enquanto a produção de ônibus para o mercado nacional vem caindo sistematicamente – em janeiro foram fabricadas apenas 346 carrocerias para ônibus, uma queda de quase 100% sobre as 568 unidades feitas no mesmo mês do ano passado – a produção desses veículos com sistemas de climatização vem crescendo e garantindo a atividade dos fabricantes de equipamentos de ar-condicionado.

Segundo Dario Ferreira, diretor-geral da Thermo King do Brasil, o início do ano não foi nada animador, com os indicadores mostrando queda de produção de chassis e carrocerias para ônibus e com o anúncio de férias coletivas da maior encarroçadora do país, a Marcopolo, pela segunda vez consecutiva em três meses.

“Os números nos deixam com viés negativo, mas quando se fala de ar-condicionado, o volume de consultas que temos recebido nos últimos 90 dias tem sido muito maior. A produção de ônibus reduziu, mas a fabricação de ônibus com ar-condicionado aumentou”, declara Ferreira.

As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro seguem equipando suas frotas com ônibus climatizados, contribuindo para esse crescimento de demanda. Além disso, em janeiro foi publicado o decreto que obriga os ônibus intermunicipais da região metropolitana de Fortaleza a incorporarem ar-condicionado e wi-fi a bordo, para dar mais conforto aos passageiros e atrair novos usuários para o transporte público. A expectativa da Thermo King é que essa decisão de Fortaleza gere demanda por algumas centenas de ônibus com ar-condicionado, além do potencial de outras praças do país que também têm consultado a empresa.

Ferreira estima um aumento na procura por equipamentos de ar-condicionado para ônibus entre 18% e 22% neste ano. Esse crescimento de negócios inclui tanto compras de novos ônibus equipados com ar-condicionado quanto outra aposta da empresa: o aumento da procura por retrofit, que é a instalação de equipamentos novos de ar-condicionado em carrocerias usadas.

Segundo o executivo, frotistas tradicionais de São Paulo e Rio de Janeiro já estão optando por esse serviço de retrofit. A Thermo King desenvolveu, em parceria com seu concessionário do Rio de Janeiro, uma metodologia para instalar aparelhos de ar-condicionado novos em veículos usados. São ônibus com seis anos de uso, que estão sendo recondicionados, incluindo parte do teto, dutos e sistemas de instalação, para receber o equipamento. O concessionário da empresa no Rio foi habilitado para poder fazer a instalação e a aprovação do processo. Ferreira enfatiza que o método é vantajoso nesse caso porque são veículos com seis anos de uso, que ainda têm muito tempo de vida para circular, e os empresários que fizeram essa opção teriam que investir muito mais se fossem adquirir um veículo novo climatizado.

ESTRATÉGIA – A Thermo King passou por uma série de mudanças estratégicas e enxugou seu portfólio de produtos que antes oferecia nove opções. No segundo semestre do não passado lançou o equipamento CF1000, de múltipla aplicação, e passou a trabalhar somente com esse modelo, que atende a diferentes aplicações, tantos ônibus urbanos, quanto intermunicipais, fretamento e rodoviários de curta, média e longa distâncias.

O lançamento também impulsionou o crescimento acima de dois dígitos nos negócios da empresa no mercado de ônibus. “Antes a Thermo King tinha um portfólio muito estendido, um nível de complexidade, de itens e componentes muito maior e nós conseguimos racionalizar nossa linha com um equipamento apenas, com maior capacidade, com maior fluxo e que nos permite atender a praticamente todas as aplicações que perfazem em torno de 80% a 85% da demanda de mercado”, diz Ferreira.

Para as empresas de ônibus, ter um único modelo de equipamento facilita o trabalho do responsável pela operação e manutenção da frota, uma vez que ele não precisa manter uma série de peças para diferentes modelos.

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