Transporte Moderno – Qual o impacto do recorde de 1,5 milhão de TEUs para o Porto de Paranaguá? O que representa a ampliação do calado operacional para a TCP em termos de eficiência
Giovanni Guidolim – O recorde histórico de 1,5 milhão de TEUs posiciona a TCP como o terceiro terminal portuário do Brasil a atingir esse marco. Se olharmos para os últimos três anos de operações do Terminal de Contêineres de Paranaguá, estamos falando de um crescimento de 50% no volume movimentado. Hoje, somos o maior corredor de exportação de carne congelada do Brasil, o maior concentrador de linhas marítimas e detemos o maior número de tomadas para contêineres refrigerados (reefer) da América do Sul, além de possuir o maior pátio de máquinas entre os terminais portuários brasileiros. Esses resultados são frutos da nossa eficiência operacional, competitividade comercial e investimentos em infraestrutura, como o pacote de R$ 370 milhões aplicados nos últimos dois anos.
Ou seja, o recorde de 1,5 milhão de TEUs movimentados é reflexo do nosso plano estratégico, que tornou a TCP e o Porto de Paranaguá um dos maiores corredores de importação e exportação do país, essenciais para a corrente de comércio do Brasil. Isso tem impacto direto na economia local, na arrecadação municipal e na geração de empregos.
Com o mais recente aprofundamento do canal de acesso e aumento do calado operacional, atualizado para 12,6 metros a maré zero, esperamos novos incrementos no volume de cargas movimentadas para 2025 e, por consequência, a continuidade deste ciclo de crescimento, que gera impacto direto na economia local e nacional.
Transporte Moderno – Como a expansão de serviços marítimos contribuiu para esse crescimento?
Giovanni Guidolim – Com a chegada de oito novos serviços em 2024, a TCP ampliou seu portfólio e segue como o maior concentrador de linhas marítimas entre os terminais portuários brasileiros, totalizando 22 serviços regulares com 25 escalas semanais. Isso gera um resultado direto no aumento da movimentação no terminal, pois, com mais serviços marítimos e com a flexibilidade existente para atendermos escalas não regulares, incrementamos a capacidade para embarcar e desembarcar contêineres na TCP. Em 2024, o número de atracações chegou a 992 navios, uma alta de 19%, resultado direto do aumento na quantidade de serviços marítimos disponibilizados na TCP.
Transporte Moderno – Quais foram os principais desafios para a TCP em 2024 e como foram superados?
Giovanni Guidolim – O maior desafio em 2024 foi adaptar nossas operações para atender o mercado em um ano de economia aquecida e alta demanda na movimentação de contêineres, mesmo com um cenário logístico internacional de navegação atípico. Graças ao trabalho de planejamento operacional, execução e alinhamento contínuo para atender nossos clientes, foi possível atingirmos recordes operacionais de movimentação, resultando em um incremento de volume do terminal de 24%, além da conversão de novos clientes para Paranaguá.
Transporte Moderno – A TCP tem planos de continuar ampliando a infraestrutura para suportar mais carga?
Giovanni Guidolim – Sim, a TCP seguirá investindo em melhorias de infraestrutura, aquisição de equipamentos e contratações para que possamos atender cada vez mais volumes adicionais de carga, mantendo nosso protagonismo no cenário portuário brasileiro.
Transporte Moderno – O Terminal de Contêineres de Paranaguá tem se destacado no setor de exportação de carnes. Como essa área contribui para os resultados da empresa?
Giovanni Guidolim – A megaobra de ampliação da área para armazenagem de contêineres refrigerados (reefer) foi um investimento estratégico que colocou a TCP como o principal corredor de exportação de carnes do Brasil e referência mundial no segmento. Com 5.268 tomadas, o terminal possui o maior pátio reefer da América do Sul, uma vantagem que se traduz em maior flexibilidade e capacidade operacional para nossos clientes.
A TCP é hoje o maior corredor de exportação de carne congelada do Brasil e o maior corredor de exportação de carne de frango no mundo. Entendemos que essa é a vocação do terminal, e o resultado se reflete nos nossos números.
Dos 10,8 milhões de toneladas movimentadas em 2024, 3,4 milhões foram de exportação de carnes, o que faz desse segmento o de maior protagonismo dentro do Terminal de Contêineres de Paranaguá.
Transporte Moderno – O que representa o projeto logístico KBT para o crescimento da TCP, especialmente no transporte de papel e celulose?
Giovanni Guidolim – O KBT é um dos maiores projetos logísticos e intermodais do Brasil, destinado a um único cliente. Com os sucessivos aumentos de volume e produtividade ano após ano, observamos a maturação do projeto dedicado exclusivamente para movimentar papel e celulose, segmento que está entre os maiores em exportação no terminal.
Além disso, a utilização do ramal ferroviário representa uma redução expressiva nas emissões de gases de efeito estufa na cadeia logística de exportação de celulose, além de maior confiabilidade e previsibilidade operacional.
Em 2024, o KBT movimentou 86.440 TEUs, um crescimento de 33% em relação ao ano anterior, quando foram transportados 64.978 TEUs.
Transporte Moderno – Quais são as expectativas para 2025, especialmente em relação ao aumento de calado e novos investimentos?
Giovanni Guidolim – Em 2025, esperamos aumentar o volume de cargas movimentadas e a nossa participação de mercado no cenário nacional, com um ciclo completo de obras de modernização do gate e ampliação da área reefer já consolidados.
Com o mais recente aumento do calado, homologado em novembro de 2024, continuaremos a atender com eficiência os maiores navios que chegam à costa brasileira, garantindo maior capacidade para embarcar e desembarcar cargas, o que traz um ganho em performance operacional para nossos clientes.
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