Bancos de montadoras liberam R$ 47,07 bilhões para financiamentos de veículos no trimestre

Nas vendas de caminhões e ônibus o Finame aumentou dez pontos percentuais, chegando a 39%, o CDC teve 31% de representatividade, vendas à vista 24% e o Consórcio 6%

Os bancos de montadoras liberaram no primeiro trimestre deste ano R$ 47,07 bilhões, aumento de 5,2% sobre os R$ 44,7 bilhões disponibilizados no mesmo período de 2022, segundo informou a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). O saldo total de carteiras também apresentou elevação, atingindo R$ 380,7 bilhões, 11% a mais do que nos primeiros três meses do ano passado, quando o total foi de R$ 342,4 milhões.

O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) continua ocupando quase a totalidade frente ao Leasing. Já o Consórcio apresentou crescimento neste primeiro trimestre, chegando a 5%.  Mas permanecem em destaque as vendas à vista de veículos e comerciais leves que alcançaram um patamar de 61% no total, ante 34% do volume de financiamentos.

Neste cenário atípico, merecem atenção as vendas licenciadas que registraram um crescimento de cerca 16%. “Vale dizer que 50% do total corresponde às vendas diretas para locadoras (28%), taxistas, frotas corporativas, vendas a PCD, que representam cerca de 7%”, informa Paulo Noman, presidente da Anef.

Para Noman, o panorama do mercado continua bastante desafiador. “Os juros permanecem altos. O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75%. Esses fatores somados à instabilidade econômica e o preço dos veículos têm assustado e afastado o consumidor do financiamento”, afirma.“Por outro lado, a realidade é que há também uma maior seletividade na concessão ao crédito por parte dos bancos, principalmente pelo crescimento dos casos de fraudes e da inadimplência.”

O saldo das carteiras de financiamento no primeiro trimestre do ano representou uma elevação de 11,3%, em se tratando de CDC, com R$ 378,3 bilhões, ante os R$ 339,9 bilhões ao mesmo período de 2022.O Leasing teve uma retração de 5,8%, com R$ 2,35 bilhões de arrendamento. No ano passado, até março, o valor foi de R$ 2,5% bilhões. 

Para atrair o consumidor, os bancos estão usando da criatividade e optando pela estratégia mais adequada para o negócio. “O objetivo é encontrar formas de fazer com o consumidor fique mais confiante e, ao mesmo tempo, os bancos consigam manter a sua rentabilidade”, afirma o executivo.

Escoamento das vendas –

As vendas financiadas de veículos de passeio e comerciais leves, em relação ao primeiro trimestre de 2022, se mantiveram praticamente estáveis, com pequena elevação de pontos percentuais, chegando a 34%. O Consórcio atingiu 5% ante 4% do ano anterior. E as vendas à vista tiveram uma pequena redução de pontos percentuais, de 64% para 61%.

As negociações de caminhões e ônibus seguiram com uma média próxima a registrada no primeiro trimestre de 2022. O Finame se destacou aumentando 10 pontos percentuais e compôs a maior parcela das vendas, com 39%, seguido do Financiamento CDC com 31%, depois pelas vendas à vista, com 24%, e do Consórcio com 6%.

Inadimplência acima de 90 dias

Segundo a Anef, a inadimplência continua registrando crescimento, pois os recursos livres já ultrapassaram os 6%, os financiamentos de veículos (CDC) alcançaram 5,5% e o Leasing de veículos se mantém estável nos 3,3%, no caso de pessoa física.

No caso de pessoa jurídica, a inadimplência está estável em 2,4%, com uma pequena elevação de 0,7 pontos percentuais em se tratando de recursos livres. O total da carteira de CDC está em 1,9%, e o Leasing continua em 0,5%.

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