Pepsico compra caminhões a gás da Scania

Os 18 veículos – dez na versão G 340 4×2 e oito R 410 6×2 – representam a maior compra de modelos movidos a GNV no Brasil

Com a estratégia de manter o seu foco na sustentabilidade a PepsiCo, uma das maiores empresas de alimentos e bebidas do mundo, adquiriu 18 caminhões a gás natural (GNV) da Scania – dez modelos G 340 4×2 e oito R 410 6×2 –, que rodarão por todo o território nacional. “Estes veículos fazem parte do plano que a empresa tem de renovar 100% a frota em 2020 e 2021 e é o maior investimento neste tipo de tecnologia da história do Brasil”, afirma Eduardo Sacchi, diretor sênior de supply chain da PepsiCo Brasil.”, . Os caminhões começam a ser entregues dia 14 de agosto.

Detentora de uma das maiores frotas do Brasil, com mais de 2.200 caminhões, a PepsiCo tem como meta global reduzir em 20% as emissões de gases de efeito estufa até 2030. “A parceria com a Scania e a confiança na marca fez toda a diferença para que a empresa pudesse decidir pela aquisição desses veículos”, revela o diretor da empresa. 

Antes de comprar os caminhões a gás, a PepsiCo recebeu da Scania um veículo de demonstração em novembro de 2019. Após realizar os testes por mais de um mês constatou a redução de 97% de NOx (óxido de nitrogênio), 87% de HC (hidrocarbonetos), 23% de CO (monóxido de carbono) e 15% de CO2 (dióxido de carbono), além da diminuição em 20% no consumo de combustível. “Esses fatores pesaram muito na decisão de renovar a frota”, afirma Sacchi.

O diretor da PepsiCo afirma que a companhia trabalha com foco na sustentabilidade há bastante tempo. Desde 2011 utiliza o biodiesel, que garantiu a redução de 30% na emissão de CO2 nas suas operações. Em março deste ano, a empresa incluiu em sua frota o primeiro caminhão elétrico iEV 1200T de oito toneladas da JAC Motors para a distribuição de produtos da sua divisão de salgadinhos a comércios de pequeno e médio porte. Este veículo está equipado com baterias de 97 kWh que garantem autonomia para rodar até 250 quilômetros com uma carga. “Este ano vão entrar em operação dez caminhões elétricos de médio porte que irão rodar na cidade de São Paulo. A intenção é testar os veículos e continuar avançando os investimentos em modelos elétricos na frota secundária”, diz Sacchi.

A PepsiCo também está investindo em energia solar para aumentar a durabilidade da bateria dos veículos elétricos. Em parceria com a Sunew, empresa brasileira que produz tecnologia de terceira geração de energia solar, está testando os filmes fotovoltaicos orgânicos (OPV) em dez veículos da sua frota de distribuição em um projeto piloto que fará a gestão da recarga da bateria dos veículos e do seu sistema de iluminação. O plano é expandir a solução de energia limpa para toda a frota da companhia e, no futuro, seguir com experimentos que possam auxiliar também o motor dos veículos a partir desta tecnologia. “Isso traz benefício no quesito sustentabilidade, porque aumenta a vida útil da bateria, e além disso, temos menos descarte e menor geração de poluentes”, observa Sacchi.

Roberto Barral, vice-presidente das operações comerciais da Scania no Brasil, afirma que a Scania está empenhada em apoiar seus clientes com soluções rentáveis que contribuam com a sustentabilidade nos âmbitos econômico, ambiental e social. “Para nós, não existe apenas um modelo sustentável e cada país adotará as tecnologias que melhor se encaixam em sua realidade. Para o Brasil, o ‘aqui e agora’ é o caminhão movido a GNV ou biometano”, diz Barral.

Apesar de o caminhão a gás ser 30% mais caro que o modelo a diesel, mesmo assim é vantajoso, segundo Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil, pois proporciona até 15% de redução no custo por quilômetro e se paga em dois ou três anos. “Ele tem o retorno num período de tempo e depois redução efetiva do custo operacional”, afirma Munhoz.

O maior impacto no custo do caminhão a gás, segundo Munhoz, está nos componentes importados, como o tanque de combustível, tubos e válvulas. “Mas a Scania já está trabalhando para nacionalizar essas peças e já temos fabricantes interessados”, conta o diretor.

Ele afirma que, para investir em produção local, tanto a Scania quanto os fornecedores precisam fazer investimentos em ferramental, em máquinas, processos e treinamento e tudo isso depende de volume. “Como a Scania tem a estimativa de vender 100 caminhões a gás este ano no Brasil, acreditamos que num prazo de um ano teremos fornecedores produzindo esses componentes no país e isso deverá contribuir para a redução no custo do caminhão a gás, mas no momento não sabemos o quanto”, diz Munhoz.

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