Os riscos com o uso incorreto do Arla 32

Dados da Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissores Veiculares da América do Sul (Afeevas) mostram que há um déficit de 45% no uso de Arla 32, aditivo que diminui a emissão de poluentes em veículos a diesel no Brasil. A substância é indispensável para modelos equipados com a tecnologia SCR (redução catalítica […]

Dados da Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissores Veiculares da América do Sul (Afeevas) mostram que há um déficit de 45% no uso de Arla 32, aditivo que diminui a emissão de poluentes em veículos a diesel no Brasil. A substância é indispensável para modelos equipados com a tecnologia SCR (redução catalítica seletiva), que se tornou item de fábrica na maioria dos modelos pesados, desde 2012. A substância deve ser injetada no sistema de escapamento para tratar gases dos motores a diesel e reduzir as emissões de óxido de nitrogênio, que é danoso à saúde humana. O consumo de Arla 32 deveria acompanhar o de diesel S-10, mas sua demanda está abaixo do esperado.

O Proconve P7 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) entrou em vigor em janeiro de 2012. A legislação, que corresponde ao Euro 5, estabeleceu limites de emissões que exigiram, além de modificações nos motores, novos sistemas de pós-tratamento dos gases de escapamento e diesel com reduzido teor de enxofre. Isso trouxe redução de 60% de óxido de nitrogênio (NOx) e de 80% das emissões de material   particulado (MP) em relação à fase anterior.  Se comparada com o início do programa, em 1986, a redução de material particulado da nova fase é de 96,3% e a de NOx de 87,3%.

Uma das tecnologias usadas para os novos motores é a recirculação do gás de escapamento, chamada de EGR (Exhaust Gas Recirculation), por meio da qual esse gás retorna à admissão, reduzindo a temperatura da combustão e eliminando óxido de nitrogênio. É necessário um sistema de turboalimentação mais complexo e filtro de partículas no sistema de escape. A outra tecnologia é a redução catalítica seletiva.  “O SCR permite otimizar a combustão no motor e tratar os gases nocivos ao meio ambiente antes de serem expelidos. Como a combustão ocorre em altas temperaturas, pode-se obter um melhor desempenho do motor”, afirma Júlio César Laurentino Alves, químico da BR Distribuidora.

Para esse tipo de motor, é necessário um reagente líquido, o Arla 32, à base de ureia, que é pulverizado no gás de escapamento, ocorrendo uma reação química no catalisador que praticamente neutraliza a geração de NOx. Dependendo da categoria do veículo, se não for utilizado o produto certo e sem adulterações, o motor pode perder 25% ou 40% do seu torque até que o tanque seja abastecido correta- mente. O motor só funcionará adequadamente com produtos fabricados de acordo com as especificações técnicas.

O Arla 32 é uma solução aquosa, com 32,5% de ureia, que é injetada no sistema de escapa- mento. Para que as reações químicas ocorram de forma eficiente, o catalisador precisa estar em uma temperatura entre 250°C e 850°C. Pode ocorrer obstrução por cristalização devido à baixa temperatura dos gases ou ao excesso de reagente. ”Essas obstruções são facilmente eliminadas quando a temperatura da linha de escapamento ultrapassa  350°C”, explica Alves. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece as condições ideais de manuseio, armazenagem e transporte do Arla 32.

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