Scania amplia linha de caminhões a gás no Brasil

Com novas potências, o objetivo da empresa é conquistar operadores logísticos e transportadoras que atuam no agronegócio

Desde que a empresa iniciou as vendas de caminhões a gás no Brasil, em 2019, a maior parte dos pedidos de caminhão a gás vem de transportadores que atuam com cargas industriais

Aline Feltrin

A Scania deu um novo passo no mercado a gás de caminhões com a ampliação do seu portfólio. Agora, a fabricante de origem sueca passa a oferecer duas novas potências (420 e 460 cv) e a opção 6×4 que oferece autonomia de 650 quilômetros, a maior até agora.

Com isso, o objetivo da empresa é ampliar suas vendas para novos nichos, sobretudo para operadores logísticos e transportadoras que atuam no agronegócio. Tanto é que a primeira aparição da versão de 460 cv será na 29ª Agrishow, que ocorrerá entre 29 de abril e 6 de maio, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Desde que a empresa iniciou as vendas de caminhões a gás no Brasil, em 2019, a maior parte dos pedidos de caminhão a gás vem de transportadores que atuam com cargas industriais. O gerente de vendas de soluções a frotistas da Scania, André Gentil, conta que, 85% das vendas, inclusive, são destinadas a esse público.

(Divulgação: Scania)

Vendas de 1 mil caminhões

Seja como for, após cinco anos de comercialização de caminhões a gás no Brasil, a Scania chega à marca de 1 mil unidades comercializadas. Conforme o executivo, os principais clientes são a Reiter Log e a Transmaroni.

Em entrevista à revista digital Transporte Moderno, edição 520, o diretor de vendas e soluções de transportes da Scania Brasil, Alex Nucci, havia dito que a projeção é que as vendas de caminhões cheguem a 1.200 unidades até o fim do ano.

As vendas serão distribuídas de forma pulverizadas. “Pretendemos atender a cerca de 40 a 50 clientes, no mínimo”, disse à época. Nucci revelou também que a expectativa é positiva, sobretudo após um 2023 difícil e com desafios adicionais.  “Foi um período complicado, marcado por uma baixa nas vendas devido à escassez de crédito, altas taxas de juros e mudanças políticas. Esses fatores impactaram não apenas o mercado em geral, mas também o segmento de veículos a gás.”


Quatro opções

A linha de modelos a gás da Scania expandiu para quatro opções, agora incluindo o P 280 cavalos disponível em configurações 4×2, 6×2 e 6×4 que oferecem autonomia de 400 km a 500 km.

O modelo de 340 cavalos pode ser personalizado na cabine P ou G na versão 4×2, cim capacidade de gás entre 182 e 226 metros cúbicos, oferece a mesma autonomia.

Por último, o GH 420 cavalos, com a cabine alta Highline, agora pode ser configurado nas versões 4×2, 6×2 e 6×4. Tem capacidade de gás de 300 metros cúbicos e autonomia de até 650 km.

Corredores azuis

Seja como for, a Scania reconhece que o lançamento de caminhões a gás com mais autonomia não é o suficiente para atender o agronegócio. Por isso, nas palavras de André Gentil, é necessário que a fabricante garanta a continuidade do desenvolvimento dos chamados corredores azuis, ou seja, infraestruturas criadas para permitir o uso de gás natural veicular como combustível em veículos pesados. O nome é devido à cor da chama do gás.

“Para o setor agrícola, será necessário estabelecer uma colaboração com a empresa de gás no Mato Grosso, a fim de instalar postos ao longo da rota”, diz. Conforme o executivo, o objetivo é conectar o Mato Grosso aos portos, facilitando assim o fluxo de transporte”, diz André Gentil.

Ligação com os portos

Atualmente, a rota existente não está diretamente ligada aos portos, e a linha de gás alcança apenas o Mato Grosso do Sul, não chegando ao Mato Grosso. Portanto, na visão da Scania, é essencial estender a rota e instalar postos ao longo do caminho para garantir uma conexão direta. “Este é o trabalho em andamento, e estamos trabalhando em estreita colaboração com várias empresas para alcançar esse objetivo até o final do ano”, diz gerente.

Para além do desenvolvimento do produto em si, a Scania tem reconhecido a importância de colaborações multisetoriais. Parcerias com distribuidores de gás, produtores e embarcadores têm sido fundamentais para promover a adoção e a expansão dessa tecnologia. Conforme Alex Nucci, o envolvimento dos embarcadores, com seu volume de carga considerável e interesse na redução de poluentes, tem facilitado o avanço da tecnologia.

Nos últimos anos, a Scania vem trabalhando em estreita colaboração com a Comgás, estabelecendo corredores azuis no estado de São Paulo e expandindo a sua presença para o Sul e Nordeste do país. “Apesar dos avanços, ainda existem desafios em conectar regiões específicas, como a malha rodoviária litorânea que abrange o Sul e Sudeste”, conclui Nucci.

Locação para experimentar

Conforme a Scania, o preço dos novos caminhões a gás são equiparáveis aos modelos a diesel da marca. Além disso, a empresa informa que serão oferecidos por meio de locação. Segundo André Luiz, será cada vez mais comum os potenciais clientes do caminhão a gás experimentarem o produto por meio de locação.  Conforme estimativa da Scania Locação, hoje dos 150 caminhões locados no Brasil, 20% são a gás.

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Renata Campos, gerente executiva da Scania Locação: “A previsão da empresa é chegar a 300 contratos assinados ainda em 2024. Estimamos que, nos próximos cinco anos, cerca de 20% da frota brasileira seja alugada, mas acreditamos que o ideal seria uma mistura saudável entre veículos próprios e terceirizados”

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