Mercado de caminhões ainda enfrenta dificuldades devido ao Euro 6

Os 88.450 caminhões vendidos de janeiro a outubro de 2023 ficaram 14,9% abaixo dos 103.958 veículos emplacados no mesmo período do ano passado

Sonia Moraes

O mercado de caminhões ainda enfrenta dificuldades para emplacar os modelos com a nova tecnologia Euro 6 no mercado brasileiro. Em outubro, as vendas apresentaram crescimento de 7,7% em relação a setembro, de 8.772 para 9.447 unidades, mas apresentou queda de 12,5% quando comparado com outubro de 2022, quando foram vendidos 10.796 veículos no país, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Com os 88.450 caminhões vendidos no acumulado de janeiro a outubro de 2023, o segmento ficou 14,9% abaixo do mesmo período do ano anterior, quando foram emplacados 103.958 veículos no mercado brasileiro. “Essa retração é explicada pelas mudanças nas regras do Proconve P8 (Euro 6), o que dificulta a penetração de produtos com a tecnologia P8 no mercado brasileiro”, disse Vinícius Pereira, economista da Anfavea.

Do total de caminhões vendidos até outubro, 43.774 unidades são modelos pesados, 23.114 semipesados, 7.446 leves, 7.279 semileves e 6.837 médios.

No ranking de vendas de janeiro a outubro de 2023, a Volkswagen Caminhões e Ônibus manteve a liderança, com 22.054 caminhões emplacados, 24,5% abaixo do mesmo período do ano passado (29.229 unidades), e o segundo lugar ficou com a Mercedes-Benz, que teve 18.847 veículos comercializados no país, com retração de 24,2% em relação aos dez meses de 2022 (24.873 unidades).

A Volvo ficou em terceiro lugar com 15.959 veículos vendidos até outubro, volume 19,1% inferior ao mesmo período de 2022 (19.727 unidades), e a Scania em quarto com 9.658 veículos, 6,6% a menos que em janeiro e outubro de 2022 (10.339 unidades).

A Iveco, quinta colocada, vendeu 8.044 veículos, ficando 10,7% abaixo dos dez meses de 2022 (9.011 unidades) e a DAF, que está em sexto lugar, comercializou 6.739 caminhões, aumento de 23,9% sobre o mesmo período do ano passado (5.440 unidades).

Produção –

A produção também teve desempenho positivo em outubro com 10.478 veículos, o que representa um aumento de 27,5% sobre setembro deste ano quando foram fabricadas 8.220 unidades. Mas em relação a outubro de 2022 (15.582 unidades) a retração foi de 32,8%. E de janeiro a outubro, acumulou queda 37,8%, com 82.243 veículos fabricados, ante as 132.257 unidades feitas nos dez meses de 2022.

O economista da Anfavea comentou que a mudança nas regras do Proconve causou dificuldades tanto para o mercado de caminhões quanto para o de ônibus e agora ocorre um ajuste da produção para os atuais níveis de mercado. “No último trimestre de 2022 ainda poderiam ser produzidos veículos Euro 5. Então, a gente vê uma queda no desempenho mensal de outubro de 2023 em relação a outubro de 2022 e agora ao longo do ano uma retomada na produção”, disse Pereira.

Na produção total de caminhões até outubro, 44.831 são modelos pesados, 21.736 semipesados, 12.058 leves, 2.565 médios e 1.053 semileves.

Exportação-

Em outubro, as exportações de caminhões apresentaram crescimento de 21,1% em relação a setembro, de 1.519 para 1.839 unidades, mas teve queda de 38,7% em relação a outubro de 2022 (3.000 unidades) e de 31,8% no acumulado de janeiro a outubro de 2023, com 14.306 unidades, ante os 20.977 veículos exportados no mesmo período de 2022. Foram exportados 7.316 caminhões pesados, 3.897 semipesados, 1.650 leves, 786 semileves e 657 médios.

Em CKD (veículos desmontados) foram exportados de janeiro a outubro deste ano 13.040 modelos pesados (9.929 caminhões e 3.111 ônibus), superando os 10.461 veículos vendidos no exterior em todo o ano de 2022, sendo 7.059 caminhões e 3.402 ônibus.

O presidente da Anfavea ressaltou que as exportações continuam sendo um grande desafio para o setor automotivo. O segmento de pesados registrou queda em todos os mercados, com crescimento apenas para o México, que chegou a 90% nos dez meses deste ano.

Incluindo os embarques de todo o setor automotivo, as exportações para a Argentina caíram 17% no acumulado de janeiro a outubro de 2023, enquanto o mercado interno cresceu 11,9%. Para a Colômbia a redução foi de 50%, enquanto o mercado cresceu 32%. O Chile, que apresentou crescimento de 27,7%, as exportações caíram 59%. Para o México os embarques de veículos do Brasil cresceram 76% até outubro, enquanto o mercado cresceu 24%. “O governo está trabalhando junto com a Anfavea para melhorar as exportações que são importantes para o setor automotivo”, disse Lima.

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