Após 17 rodadas de negociação, os trabalhadores da Scania aprovaram em assembleia, nesta quinta-feira (25), o acordo de campanha salarial e de participação nos lucros ou resultados (PLR) com validade de dois anos. O entendimento foi firmado entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a montadora.
Pelo acordo, os cerca de 5.000 empregados da fábrica em São Bernardo terão em 2025 um reajuste de 4% nos salários e aumento de 30% no vale-alimentação, que passa de R$ 1.000 para R$ 1.300. As cláusulas sociais também foram renovadas, com efeitos retroativos a 1º de setembro, data-base da categoria.
Em setembro de 2026, o reajuste salarial corresponderá a 100% da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acrescida de 1% de ganho real. O vale-alimentação seguirá a mesma regra: correção integral pelo INPC mais 1% real, além da manutenção das cláusulas sociais.
Os valores da PLR também foram definidos para o biênio. O benefício será pago em duas parcelas, sendo a segunda de 2025 quitada em janeiro do ano seguinte.
Segundo Francisco Souza dos Santos, conhecido como Maicon e coordenador da representação sindical na Scania, a negociação foi marcada por dificuldades. “Foi preciso muita mobilização. Foram 17 reuniões até chegarmos a essa proposta. A união dos trabalhadores foi decisiva para garantir conquistas”, afirmou.
O vice-presidente do sindicato, Carlos Caramelo, também destacou a importância da mobilização coletiva. “Esse acordo é fruto da persistência da categoria. Conseguimos assegurar reajuste, vale maior, PLR e cláusulas sociais renovadas. É a demonstração da força da nossa organização”, disse.
A Scania é uma das principais fabricantes de caminhões e ônibus pesados do país, e a unidade de São Bernardo é a maior da empresa na América Latina.
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