Fabio Vasconcellos, diretor comercial do Estaleiro Rio Maguari: “Os investimentos previstos para 2023 são de cerca de R$ 15 milhões, principalmente no aumento da capacidade produtiva e na logística interna de movimentação de carga”

“O principal desafio é a crise da cadeia logística que está sendo enfrentada com planejamento e aquisições antecipadas. Mesmo assim, estamos sofrendo atrasos inéditos de fornecedores tradicionais, principalmente da Europa”

Transporte Moderno – Quais os principais projetos e novidades do Estaleiro Rio Maguari?

Fabio Vasconcellos – Estamos construindo nossos seis primeiros rebocadores portuários com 70 TBP e nossos dois primeiros conjuntos ATB (Articulated Tug and Barge ou empurrador oceânico articulado) para transporte costeiro de contêineres. A Svitzer do Brasil, empresa de navegação de apoio portuário do Grupo A. P. Moller-Maersk, encomendou os seis rebocadores portuários de 70 TBP (toneladas de tração estática) cada um. A Aliança Navegação, empresa também pertencente ao Grupo A. P. Moller-Maersk e especializada no segmento de cabotagem, adquiriu os dois conjuntos ATB para o transporte de contêineres, sendo que cada conjunto é composto por um empurrador e uma barcaça para navegação de cabotagem. São duas barcaças com capacidade para 700 TEU cada, empurradas por empurrador oceânico articulado. Para o desenvolvimento do projeto, o Estaleiro Rio Maguari firmou uma parceria com a empresa canadense Robert Altman, que tem reconhecida experiência internacional neste tipo de projeto. Atualmente, a construção de conjuntos ATB é rara no Brasil, mas equipamentos deste tipo já foram construídos no passado no país.

Transporte Moderno – Qual a importância de construir este tipo de embarcação no Brasil?

Fabio Vasconcellos – Mostra a capacidade da indústria naval brasileira no atendimento de clientes de classe internacional, atendendo os exigentes requisitos de qualidade e segurança.

Transporte Moderno – Que outros investimentos foram feitos no ano passado?

Fabio Vasconcellos – Os investimentos da empresa entre 2021 e 2022 totalizaram cerca de R$ 30 milhões na construção de um dique flutuante e de uma nova linha de lançamento de rebocadores, além da formação e requalificação de pessoal.

Transporte Moderno- Quais as principais dificuldades enfrentadas pela empresa em 2022? Como foi o ano para o Estaleiro Rio Maguari?

Fabio Vasconcellos – O principal desafio é a crise da cadeia logística que está sendo enfrentada com planejamento e aquisições antecipadas. Mesmo assim, estamos sofrendo atrasos inéditos de fornecedores tradicionais, principalmente da Europa. A expectativa é de aumento do faturamento e de processamento de aço. Os efeitos da pandemia não se dissiparam no que tange à crise da cadeia logística que permanece, agravado pela guerra na Europa, que envolve prazos de entrega e preços muito superiores aos praticados usualmente, principalmente de fornecedores internacionais.

Transporte Moderno – E para o ano que se inicia, quais as expectativas da empresa?

Fabio Vasconcellos – A expectativa é de pelo menos manutenção do nível atual de produção e a entrada de novos projetos de navegação interior e apoio portuário principalmente, para entregas a partir de 2025.

Transporte Moderno – E quais são os aportes previstos para 2023?

Fabio Vasconcellos – Os investimentos previstos para 2023 são de cerca de R$ 15 milhões, principalmente no aumento da capacidade produtiva e na logística interna de movimentação de carga.

Transporte Moderno – Qual a estratégia da companhia para continuar se destacando no mercado?

Fabio Vasconcellos – Nosso desafio permanente é o cumprimento rigoroso dos contratos, principalmente sem alteração dos prazos de entrega e dos preços originalmente acordados. São ambos os fatores mais importantes para nossos clientes.

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