Transporte Moderno – Como o senhor avalia a sua participação no Fórum Transporte Sustentável – Carga e Transporte? O senhor acredita que o compartilhamento de experiências pode inspirar outras empresas a adotar estratégias de ESG?
Alexandre Casaril – A meu ver um espaço como o Fórum Transporte Sustentável já faz parte naturalmente de um evento como a Fenatran. Creio que já vencemos a fase do convencimento, da pregação. De forma geral, já assimilamos como sociedade o entendimento de que a sustentabilidade no seu conceito ESG faz parte mandatoriamente do futuro que queremos construir. Agenda ESG já é uma realidade em corporações protagonistas como a Fras-le, e estamos dedicando grandes esforços para contribuir com essa construção de um futuro sustentável sob a ótica do meio ambiente, sociedade e governança corporativa. Sem dúvida o debate, a troca de experiências, a apreciação do que outras organizações estão realizando enriquece e contribui com a nossa própria jornada, e acredito que o mesmo vale para todos os que puderam participar do fórum.
Transporte Moderno – Quais os principais pontos de sua apresentação no fórum?
Alexandre Casaril – O tema que levei para o debate na quarta edição do Fórum Transporte Sustentável diz respeito ao emprego de materiais compósitos em aplicações estruturais na indústria automotiva, nesse momento com foco na indústria de veículos pesados, de transporte. Acreditamos que estes materiais fazem parte do futuro da indústria automotiva de veículos pesados, pois possuem uma série de atributos de engenharia que convergem com as megatendências dessa indústria. O mais impactante destes atributos é a leveza, pois é possível substituir componentes em aço gerando reduções de massa significativas, lembrando sempre que redução de massa significa eficiência energética e rentabilidade ao passo que permite a maximização da quantidade de carga transportada ou, pelo mínimo, reduz a tara do veículo, reduzindo a quantidade de CO2 emitido pelo mesmo ao trafegar. Em alguns cases que desenvolvemos e já estamos fornecendo a clientes parceiros, essa redução de massa supera 60%.
Transporte Moderno – Qual a importância da sustentabilidade para a Fras-le? Quais as principais ações nesse campo?
Alexandre Casaril – A meu ver, o principal insight no contexto da sustentabilidade, mais especificamente da agenda ESG, é que ela não é uma âncora para os negócios, e sim vela. Nós acreditamos e temos experienciado que as iniciativas em todas as frentes de pessoas, meio ambiente e governança corporativa tem alavancado o negócio, abrindo portas para novas oportunidades de negócios e nos desafiando para inovação de uma forma que alavanca nossa competitividade. Assumimos publicamente compromissos de duplicar o número de mulheres em cargos de liderança até 2025, zerar os acidentes graves, ampliar a receita consolidada com novos produtos anualmente, reduzir em 40% nossas emissões de gases de efeito estufa até 2030 e zerar a disposição de resíduos em aterro industrial e o lançamento de efluentes até 2025.
Transporte Moderno – Na sua avaliação, a indústria de autopeças como um todo está realmente engajada na agenda ESG?
Alexandre Casaril – Meu entendimento é que a indústria automotiva, numa visão mais ampla, é um dos segmentos que mais está contribuindo e inclusive liderando essa agenda de transformação. Automaticamente a cadeia de suprimentos de autopeças é compelida a se engajar nessa agenda. No contexto do segmento, há organizações que estão passos mais à frente na jornada e outras mais atrás, mas de forma geral vejo um movimento unívoco de engajamento e progresso
