Frota global de eVTOLs em operação poderá atingir 30 mil unidades até 2045

A Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, aponta expansão global da Mobilidade Aérea Urbana e projeta receita potencial de US$ 280 bilhões, com demanda por 30 mil aeronaves, impulsionadas pelo crescimento das cidades, desafios de mobilidade e compromisso com a sustentabilidade

Sonia Moraes

A frota global de aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical, conhecidas como eVTOLs, pode chegar a 30 mil unidades em operação até 2045. O volume é considerado suficiente para atender à demanda projetada de três bilhões de passageiros no período, gerando uma receita estimada em US$ 280 bilhões. A projeção faz parte do primeiro estudo de Perspectivas de Mercado Global de eVTOLs elaborado pela Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer que produz aeronaves eVTOLs e infraestrutura para a mobilidade aérea urbana.

O estudo traz projeções para os próximos 20 anos, com foco nas tendências de crescimento e demanda na mobilidade aérea urbana. Também analisa os fatores sociais, regionais e as aplicações que sustentam o avanço desse mercado.

A análise foi elaborada a partir de dados de 1.800 cidades presentes no banco World Urbanization Prospects das Nações Unidas, informações de cerca de 1.000 aeroportos e mais de 27 mil helicópteros civis atualmente em operação.

“A publicação deste estudo reforça o entusiasmo e o dinamismo que temos vivenciado junto a clientes e parceiros institucionais ao redor do mundo”, afirma Johann Bordais, CEO da Eve Air Mobility. “Hoje, a Mobilidade Aérea Urbana se beneficia do crescimento populacional nas cidades, do aumento dos congestionamentos e da busca por soluções sustentáveis. A demanda é robusta e representa o início de uma profunda transformação na forma como as pessoas vão se deslocar e viver nos grandes centros urbanos.”

Entre as principais aplicações que devem impulsionar o crescimento do setor, segundo o estudo, estão os serviços ponto a ponto em áreas urbanas, transporte conectando pontos urbanos a aeroportos, turismo, serviços médicos, operações corporativas, voos privados e fretamento. O relatório destaca ainda que o agravamento dos congestionamentos urbanos reforça a necessidade de alternativas inovadoras de mobilidade, especialmente diante da projeção da ONU de que dois bilhões de pessoas a mais passarão a viver em cidades até 2050.

Paris Air Show 2025

O lançamento do relatório antecede o evento Paris Air Show 2025, onde a Eve apresentará um mockup em escala real de sua aeronave — uma réplica estática que antecipa o design final do modelo e permite demonstrar aspectos estruturais, funcionais e estéticos ao público e a possíveis clientes. O protótipo incorpora evoluções no projeto com foco em ganhos de desempenho.

No pavilhão da Embraer, o modelo exposto traz inovações como novo layout de cabine e hélices de quatro pás — melhorias projetadas para elevar os padrões de segurança, acessibilidade, conforto, desempenho e manobrabilidade, estabelecendo um novo patamar para a Mobilidade Aérea Urbana.

O desafio da mobilidade urbana

Até 2035, mais de 800 cidades terão população superior a um milhão de habitantes, representando mais de 2,5 bilhões de pessoas (World Cities Report, ONU 2022).

Esse crescimento intensificará os desafios já enfrentados pelos grandes centros. Em 2024, o tempo perdido anualmente devido a congestionamentos foi expressivo em cidades como Londres (226 horas), Nova York (196 horas), Bengaluru (234 horas), São Paulo (222 horas) e Joanesburgo (112 horas).

Apesar do otimismo em torno do futuro da mobilidade aérea urbana, a consolidação desse novo modal ainda exige a superação de desafios estruturais relevantes, de acordo com análise da Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer.

A empresa destaca que a segurança operacional em larga escala é um requisito inegociável para o funcionamento do sistema, e que será necessário desenvolver um arcabouço regulatório abrangente e acessível, capaz de sustentar um ecossistema seguro para veículos aéreos não tripulados.

Outro ponto crítico é a gestão do tráfego aéreo em ambientes urbanos de alta densidade. A integração eficiente entre as aeronaves e o espaço aéreo tradicional — incluindo operações não tripuladas — será essencial para evitar sobrecargas e garantir fluidez nas rotas. A infraestrutura física também representa um gargalo: a instalação de vertiportos e a adaptação de heliportos existentes serão indispensáveis para permitir as operações no curto prazo.

Do ponto de vista tecnológico, a limitação na densidade energética das baterias ainda restringe o alcance e a capacidade operacional das aeronaves. Avanços nesse campo serão determinantes para o crescimento sustentável do setor. “A aceitação pública da mobilidade aérea urbana dependerá do equilíbrio entre esses fatores”, afirma a companhia.

Clique aqui para acessar o estudo completo.

Já segue nosso canal oficial no WhatsApp? Clique aqui para receber em primeira mão as principais notícias do transporte de cargas e logística.

Veja também