A maior rota ferroviária em operação no Brasil já está ativa. A Brado, em parceria com as concessionárias Rumo e VLI, inaugurou o fluxo multimodal que liga Sumaré, no interior de São Paulo, a Davinópolis, no Maranhão, por meio da Ferrovia Norte-Sul. São 2.732 km dedicados ao transporte de bens de consumo, produtos industrializados e cargas essenciais para abastecer regiões estratégicas do país — com foco explícito no fortalecimento do mercado interno.
A operação amplia a presença da Brado em rotas domésticas de longa distância, replicando o modelo já consolidado entre São Paulo e Mato Grosso. No sentido Sudeste–Maranhão, a empresa transporta produtos de higiene e limpeza, materiais de construção, defensivos, fertilizantes, nutrição animal, alimentos, bebidas e papel. No retorno, o fluxo concentra bens industriais. Após uma fase de testes iniciada em julho, a rota realizou oito viagens com 100% de pontualidade e total segurança, movimentando 504 contêineres e mais de 10,9 mil toneladas de produtos.
Um dos diferenciais do projeto é a interoperabilidade ferroviária. Dos 2.732 km do percurso, 2.098 km estão sob concessão da Rumo, entre Sumaré e Porto Nacional (TO), enquanto 634 km são operados pela VLI, entre Porto Nacional e Davinópolis. Para a Rumo, integrar malhas ferroviárias distintas é fundamental para destravar valor nas cadeias produtivas e conectar regiões industriais a mercados consumidores. Já a VLI destaca que participar do fluxo ferroviário mais longo do país reforça a diversificação de cargas transportadas em sua malha e demonstra a capacidade de inovar dentro dos modelos regulatórios vigentes.
A ferrovia também se destaca pela eficiência energética e pelo impacto ambiental reduzido. Segundo a Brado, o modal ferroviário emite até 85% menos CO₂ do que o rodoviário. Apenas em 2024, os clientes da companhia deixaram de emitir mais de 320 mil toneladas de CO₂ graças às operações ferroviárias — volume equivalente à pegada anual de 69 mil automóveis.
O impacto econômico da rota é amplo. Ao combinar a eficiência da ferrovia na longa distância com o transporte rodoviário nas pontas, a Brado reforça sua capilaridade logística e melhora o abastecimento em regiões como Maranhão, Tocantins, Piauí e Pará. A estimativa é que o mercado tenha potencial para movimentar até 64 mil contêineres por ano, ampliando a competitividade das indústrias locais e o acesso a produtos essenciais.
Resolução para escassez de motoristas
A operação também contribui para reduzir a pressão sobre o transporte rodoviário em um momento de escassez de motoristas. Segundo dados da Senatran, o Brasil perdeu cerca de 1,2 milhão de condutores habilitados para caminhões entre 2015 e 2025 — uma queda de 22% no período. Ao assumir as longas distâncias, a ferrovia libera os caminhoneiros para rotas regionais, mais produtivas e menos exaustivas.
Para Luciano Johnsson, CEO da Brado, a rota representa um avanço estratégico para o país. “É um marco que conecta regiões, reduz emissões e comprova o potencial da ferrovia de transportar muito mais que commodities”, afirma. Com a nova operação, a empresa reforça seu papel no processo de modernização logística do Brasil e recoloca a ferrovia no centro do debate sobre competitividade, sustentabilidade e integração nacional.
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