A Reiter Log é uma transportadora e operadora logística com foco em sustentabilidade: atualmente 30% da frota da empresa, que tem idade média de dois anos, é movida a energias alternativas, como biometano, GNV e eletricidade. A meta é que até 2030, 100% da frota seja sustentável. Vanessa Pilz, diretora de negócios e ESG da companhia, participou o 12º Fórum do Biogás, no painel “Avanços na mobilidade ao biometano: o que falta para decolar?”.
Na ocasião, Vanessa enfatizou os aspectos econômicos da sustentabilidade e a necessidade de financiamentos para alavancar o biometano e outros combustíveis “limpos”. “Não existe empresa ‘verde’, no vermelho”, alertou. A executiva lembrou a importância dos incentivos e financiamentos, e da ampliação do “dinheiro verde”, ou seja, dos investimentos públicos e privados para estimular projetos ligados à sustentabilidade.
Na sua avaliação, é necessário investir em produtividade, pois as estratégias de ESG precisam ter foco em negócios. “Costumo dizer que o S do ESG precisa ser também o $. Não adiante somente abraçar árvores, temos que mostrar que a sustentabilidade é atrativa também para gerar negócios e dar lucros”, afirmou.
A Reiter Log conta com 290 caminhões movidos a biometano e quatro pit stops para abastecimento destes veículos. “Temos cerca de 300 clientes que utilizam a frota movida a gás. Atualmente, compramos o biometano ou usamos o combustível dos próprios clientes. Mas planejamos produzir também”, informou Vanessa.
Corredores sustentáveis
A empresa tem clientes em diferentes segmentos da economia como agronegócio, cosméticos, alimentos e bebidas, cargas refrigeradas. “Não existe um segmento que se destaque quando o assunto é sustentabilidade: todos nos procuram com interesse no assunto. E essa é uma tendência de mercado que precisamos estar preparados para atender”, avaliou.
No que se refere ao GNV/biometano, a executiva ressalta a importância dos corredores “verdes” ou sustentáveis, em que existem postos preparados para a atender a essa frota. “Quando conseguirmos abastecer em qualquer rodovia, poderemos ampliar muito o uso do biometano. Por enquanto, o abastecimento ainda limita bastante a utilização do combustível”, acredita.
“Mas, para que esta expansão ocorra efetivamente, é importante que haja políticas públicas voltadas ao tema e que outras transportadoras também adotem a tecnologia. Precisa haver um movimento conjunto para realmente expandirmos o uso do biometano no transporte. Mesmo porque existe a questão da revenda desses caminhões que utilizamos hoje. Os autônomos e parceiros irão comprar os veículos usados com essa tecnologia? Isso também é fundamental para criarmos um ecossistema sustentável”, complementa.
Já segue nosso canal oficial no WhatsApp? Clique aqui para receber em primeira mão as principais notícias do transporte de cargas e logística.
