Com investimento estimado em R$ 1,5 bilhão, o Porto de Paranaguá se prepara para dar um salto de escala na movimentação de contêineres e reforçar sua posição estratégica no comércio exterior brasileiro. Os recursos, segundo o Governo do Estado do Paraná, serão direcionados à expansão e modernização do Terminal de Contêineres, com foco na ampliação dos pátios, melhoria dos acessos rodoviário e ferroviário e na aquisição de novos equipamentos de cais. A expectativa é elevar a capacidade operacional, reduzir gargalos e aumentar a eficiência logística em um dos principais corredores de exportação e importação do país.
A ampliação da infraestrutura portuária é vista como um divisor de águas para a cadeia logística paranaense. Do ponto de vista econômico, o projeto tende a gerar impacto direto no fluxo de cargas, sobretudo nas operações de contêineres ligadas ao comércio exterior. A modernização deve permitir maior velocidade nas operações, mais previsibilidade nas janelas de atracação e ganhos de produtividade em toda a cadeia, do porto aos embarcadores.
Para Luiz Gustavo Nery, diretor de contêineres do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (SETCEPAR), o pacote de investimentos fortalece a competitividade do terminal. A expansão do pátio, aliada à melhoria dos acessos internos e à chegada de novos equipamentos, amplia a capacidade de atracação e acelera o giro dos navios. “Isso abre espaço para escalas maiores, frequências mais regulares e armadores operando volumes superiores, consolidando Paranaguá como uma das principais portas de entrada e saída de cargas conteinerizadas da região Sul”, afirma.
O avanço da infraestrutura portuária também deve funcionar como vetor de atração de novos players. Armadores, serviços marítimos e operadores logísticos tendem a ampliar sua presença, impulsionando cadeias produtivas como agronegócio, tecnologia, automotivo, químicos, alimentos processados e bens de consumo. Com isso, o fluxo de cargas via Paranaguá deve crescer de forma consistente nos próximos anos, reforçando o papel do porto como hub logístico regional.
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Gargalos além do porto
O desafio, no entanto, está fora dos muros do terminal. Nery alerta que o ritmo de desenvolvimento do porto não tem sido acompanhado por investimentos equivalentes na retroárea urbana. “Não adianta termos um porto de primeiro mundo se, alguns quilômetros depois do portão, ainda convivemos com infraestrutura limitada, vias sem pavimentação adequada, drenagem insuficiente, áreas de apoio degradadas e uma logística urbana incapaz de absorver o aumento da circulação de caminhões”, diz.
Com a expansão do terminal, o modal rodoviário será ainda mais demandado, já que permanece como principal elo do transporte porta a porta no Brasil. Sem uma evolução paralela da infraestrutura urbana e rodoviária, o risco é que gargalos externos comprometam os ganhos de eficiência obtidos dentro do porto, elevando custos e reduzindo a competitividade logística.
Na avaliação do executivo do SETCEPAR, o sucesso do investimento de R$ 1,5 bilhão depende de uma visão integrada. O desenvolvimento do Porto de Paranaguá, afirma, precisa caminhar junto com políticas públicas voltadas à infraestrutura urbana, rodoviária e operacional da cidade. “Somente assim será possível transformar o avanço tecnológico e estrutural do porto em eficiência logística plena, competitividade para os embarcadores e sustentabilidade operacional para o Transporte Rodoviário de Cargas”, conclui.
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