A digitalização avança pelas estradas brasileiras, e o caminhoneiro autônomo — historicamente associado a práticas tradicionais de operação — tornou-se protagonista de uma mudança estrutural na forma de negociar e receber pelos serviços. A 3ª Pesquisa Nacional da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) mostra que a grande maioria dos profissionais já recebe seus fretes por Pix, e quase metade utiliza aplicativos de frete como principal meio para conseguir cargas.
Segundo o levantamento, 75,5% dos caminhoneiros recebem pelo Pix e outros 11,8% por transferência bancária. Formas tradicionais de pagamento, como carta-frete, maquininha e cheque, em conjunto não chegam a 10% dos casos. O Pix tornou-se dominante por eliminar taxas, agilizar o repasse e reduzir o risco de golpes — tema sensível em uma categoria na qual 94,4% afirmam já ter sofrido algum tipo de tentativa de fraude financeira.
A mesma transformação ocorre na captação de cargas. Para 46,6% dos caminhoneiros, os apps de frete são hoje o principal canal de contratação. Apenas 38% afirmam trabalhar diretamente com embarcadores e 14,9% dependem de agenciadores. O uso de plataformas digitais cresceu impulsionado pela busca por autonomia, maior previsibilidade e redução de intermediários em um mercado marcado por margens estreitas e custos elevados.
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Faturamento de R$ 46 mil por mês
O movimento revela uma reconfiguração do modelo operacional da categoria. Em média, o caminhoneiro autônomo realiza nove fretes por mês e fatura R$ 46 mil brutos, mas o ganho líquido cai para apenas R$ 14 mil após despesas com diesel, manutenção, pneus e pedágio — custos que pressionam fortemente a renda. Nesse cenário, ferramentas digitais passaram a ser vistas como aliadas para melhorar a eficiência e reduzir o tempo ocioso.
Pesquisa ouviu mais de 2 mil caminhoneiros
O levantamento foi realizado entre junho e agosto de 2025 e ouviu 2.002 caminhoneiros autônomos registrados no RNTRC. As entrevistas foram presenciais, conduzidas por equipe especializada em postos de combustível, centros de carga, balanças, rodovias e outros pontos de grande circulação.
A pesquisa teve abrangência nacional, com aplicação em 11 estados das cinco regiões do país: Amazonas e Tocantins (Norte); Bahia, Pernambuco e Sergipe (Nordeste); Distrito Federal e Goiás (Centro-Oeste); Minas Gerais e São Paulo (Sudeste); e Paraná e Santa Catarina (Sul). Trata-se de uma pesquisa quantitativa e descritiva, baseada em questionário estruturado e análise estatística especializada, conforme o documento oficial.
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