Os navios de carga americanos construídos na China não precisarão pagar as novas taxas para atracarem em portos chineses, anunciou nesta semana a mídia estatal chinesa CCTV, em meio à escalada das tensões comerciais entre os dois países.
Desde terça-feira (14), Estados Unidos e China passaram a cobrar reciprocamente cerca de US$ 50 por tonelada líquida em cada viagem de navios que chamam os portos do outro país. A medida vem em resposta ao deterioramento das relações comerciais nas últimas duas semanas.
Segundo a reportagem da Reuters, embarcações registradas sob a bandeira americana, de propriedade e operação de empresas dos EUA, mas construídas na China, estão isentas dessas tarifas. Entre elas estão navios operados pela Matson (NYSE: MATX) e pela APL, braço da francesa CMA CGM.
Em contraste, o Manukai, navio de contêineres de 11.149 toneladas da Matson construído na Filadélfia, foi o primeiro a ser taxado — mais de US$ 600 mil ao atracar em Ningbo na terça-feira, de acordo com o site Xinde Marine News, que cita fontes do setor. A Matson não comentou os valores, limitando-se a informar que divulga seus resultados trimestrais em 29 de outubro.
Embarcações vazias
A China também isentou embarcações vazias que entram em estaleiros para reparos. Além disso, a cobrança se aplica a operadores de navios com 25% ou mais de propriedade americana, levando empresas como Norden, DHT, Star Bulk e 2020 Bulkers a esclarecer publicamente que não atingem esse limite.
Executivos marítimos reunidos recentemente em Norfolk, Virgínia, demonstraram otimismo de que os Estados Unidos e a China devem chegar em breve a um acordo comercial mais amplo, segundo fonte ouvida pelo FreightWaves. A conversa entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping está programada para ocorrer no final deste mês, à margem de uma reunião de países asiáticos.
Com informações do site de notícias Freightwaves