O Índice de Emissões de Carbono (CEI), elaborado pela norueguesa Xeneta em parceria com a Marine Benchmark, registrou queda global no segundo trimestre de 2025, mas a rota entre a Europa e a costa leste da América do Sul (ECSA) destoou do movimento, apresentando elevação nas emissões.
De acordo com o levantamento, que acompanha o desempenho ambiental nas 13 principais rotas mundiais de transporte marítimo de contêineres, o índice caiu para 97,4 pontos — abaixo da marca simbólica de 100 pela primeira vez em 12 meses. Globalmente, isso representa uma redução de 4,5% em relação ao primeiro trimestre e de 7% frente ao quarto trimestre de 2024, quando o índice atingiu seu pico recente de 104,8 pontos.
Na contramão, a rota Europa–ECSA registrou 114,4 pontos, alta de 15% em relação a um ano atrás. Segundo a Xeneta, a piora está ligada à queda de 14% no tamanho médio dos navios empregados, que passou para 7,4 mil TEUs, resultado de ajustes de capacidade diante da instabilidade da demanda e das guerras comerciais envolvendo os Estados Unidos. Navios menores tendem a gerar mais emissões por tonelada transportada.
Ajustes geopolíticos e comerciais
O relatório destaca que, apesar da melhora global, o setor ainda enfrenta os efeitos da crise no Mar Vermelho, que desde o final de 2023 tem forçado a maior parte dos porta-contêineres a contornar o Cabo da Boa Esperança, em vez de cruzar o Canal de Suez. Ainda assim, as emissões atuais estão apenas 1,5% acima das registradas no segundo trimestre de 2023, período anterior à escalada do conflito.
A análise também mostra que as mudanças nas políticas comerciais dos EUA continuam impactando o setor. A rota entre o norte da Europa e a costa leste americana (USEC) apresentou a maior alta trimestral do CEI, com avanço de 10,9%, chegando a 92 pontos. O aumento foi atribuído à maior velocidade de navegação para atender prazos alfandegários, o que elevou o consumo de combustível.
Por outro lado, o maior recuo foi observado na rota costa oeste dos EUA–Extremo Oriente, onde o índice caiu 28,2%, para 72,2 pontos, reflexo da redução da capacidade na rota de exportação, que aumentou a taxa de ocupação no sentido contrário.
Entre as companhias, CMA CGM e HMM se destacaram como líderes em eficiência, ocupando conjuntamente a primeira posição em três das 13 rotas avaliadas.
Embora o CEI de 97,4 pontos ainda esteja acima dos 96 registrados no mesmo período de 2024, os resultados confirmam uma tendência de recuperação após o pico do fim do ano passado. A Xeneta avalia que os dois trimestres consecutivos de queda indicam um cenário mais favorável para a descarbonização do transporte marítimo, mesmo diante das incertezas geopolíticas e comerciais que continuam a pressionar algumas rotas específicas, como a da Europa para a América do Sul.
Com informações do site chileno Mundo Marítimo.
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