A gigante dinamarquesa de transporte marítimo A.P. Moller-Maersk apresentou um crescimento robusto no primeiro trimestre deste ano, mesmo diante de um ambiente global marcado por crescente volatilidade geopolítica e comercial. A companhia registrou uma receita de US$ 13,3 bilhões, avanço de 7,8% em relação ao mesmo período de 2024. O lucro antes de juros e impostos (EBIT) saltou para US$ 1,3 bilhão, frente aos US$ 177 milhões reportados um ano antes.
Apesar de uma leve desaceleração sequencial já esperada, os resultados foram considerados um bom começo de ano, sustentados pela rentabilidade sólida da divisão de transporte marítimo (Ocean), melhorias operacionais em Logística & Serviços e crescimento de volumes nos terminais portuários.
A divisão Ocean teve lucro operacional (EBIT) de US$ 743 milhões no trimestre, refletindo tarifas mais altas e volumes estáveis. A companhia destacou a boa utilização da capacidade e custos controlados, graças a esforços contínuos de otimização. A nova rede entre Leste e Oeste, lançada em fevereiro, segue dentro do planejado para entregar mais confiabilidade e eficiência.
Na unidade de Logística & Serviços, a margem EBIT subiu para 4,1%, puxada pelo crescimento de 18% nas receitas com serviços de gestão de frete, especialmente em logística de projetos. As melhorias operacionais em serviços de cumprimento (fulfillment) também tiveram contribuição significativa.
Já os terminais portuários mantiveram desempenho expressivo, com aumento de volumes, receita por movimentação e receita de armazenagem. Os custos permaneceram sob controle graças ao uso de automação e melhor aproveitamento da capacidade. O retorno sobre o capital investido (ROIC) chegou a 14,5%.
Perspectivas
A Maersk manteve a projeção financeira para o ano de 2025, com Ebitda ajustado entre US$ 6 bilhões e US$ 9 bilhões, EBIT ajustado entre zero e US$ 3 bilhões e fluxo de caixa livre de pelo menos -US$ 3 bilhões. A estimativa de crescimento do volume global de contêineres foi revisada para uma faixa de -1% a 4%, em função do aumento das incertezas macroeconômicas e geopolíticas. A empresa espera crescer em linha com o mercado e projeta que as interrupções no Mar Vermelho continuem até o fim do ano.
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