Projeções de consultoria indicam estabilidade nas tarifas de fretamento em 2025

A escassez de embarcações com capacidade superior a 3.000 TEUs é um dos principais fatores que sustentam as tarifas de fretamento

Aline Feltrin

O mercado de fretamento de navios, que foi relativamente moderado até o momento, pode enfrentar um cenário mais desafiador em 2025, com a oferta de embarcações de grande porte ainda limitada. De acordo com a consultoria Alphaliner, a demanda subjacente por capacidade de transporte continua forte.

A escassez de embarcações com capacidade superior a 3.000 TEUs (unidades equivalentes a 20 pés) é um dos principais fatores que sustentam as tarifas de fretamento, com destaque para os navios com mais de 5.500 TEUs, que deverão permanecer em número particularmente restrito até o próximo verão no hemisfério norte.

A baixa disponibilidade dessas embarcações de grande porte tem o potencial de gerar novos aumentos nas tarifas de fretamento, desde que a demanda se mantenha em seu ritmo atual. No entanto, quando se trata de navios menores (abaixo de 3.000 TEUs), a capacidade disponível é um pouco mais ampla.

Mesmo assim, a Alphaliner prevê que a oferta de embarcações será menor em 2025 do que em 2024, o que deve contribuir para a manutenção de tarifas também para esses segmentos menores.

Fatores geopolíticos

No entanto, a evolução do mercado de fretamento nesta ano estará intrinsecamente ligada a fatores geopolíticos, sendo a grande incógnita a resolução da crise no Mar Vermelho e a reabertura da rota do Canal de Suez.

De acordo com a consultoria, uma normalização mais rápida dessa via poderia prejudicar a atual bonança para armadores e operadores de linhas de navegação, com a reentrada de uma oferta excessiva de capacidade, especialmente para os navios de maior porte.

Esse cenário é ainda mais plausível dado que, em 2025, espera-se que cerca de 2 milhões de TEUs de nova capacidade sejam entregues. Embora a utilização alternativa do Cabo da Boa Esperança tenha ajudado a absorver boa parte dessa nova capacidade, uma eventual retomada do tráfego pela rota de Suez poderia dificultar a absorção dessa oferta adicional.

Apesar dessas incertezas, a demanda por carga, que foi excepcionalmente forte em 2024, pode continuar a surpreender positivamente em 2025. Linhas de navegação como a Maersk, por exemplo, projetam um crescimento de até 7% no ano, com destaque para os volumes robustos, especialmente para os Estados Unidos.

O índice de carga em contêineres de Xangai, que mede as tarifas spot de carga que partem da China, já reflete essa tendência, tendo registrado, na última sexta-feira (10), a sexta semana consecutiva de crescimento, impulsionada por volumes elevados no Pacífico.

Com informações de Mundo Marítimo

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique aqui para receber em primeira mão as principais notícias do transporte de cargas e logística.

Veja também