Nem todas as transportadoras conseguiram, até o momento, contabilizar os prejuízos das enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul, contudo, um levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostrou que, das empresas que conseguem estimar os impactos neste momento, 54,2% precisarão de algum apoio financeiro, em até um mês, para continuarem as suas atividades. O documento aponta, ainda, que 52% delas apostam em linhas de crédito, com taxas de juros reduzidas, para se reerguerem. Apesar dos prejuízos, 53,8% das empresas do setor mantiveram seu quadro de empregados sem alteração, até este momento.
As informações revelam a situação atual de 171 empresas de todas as modalidades de transporte no estado. Dentre os empresários entrevistados, que conseguem inferir o tempo necessário para atingir a normalidade de suas atividades, 20% levarão de 90 a 180 dias para essa normalização. Quase um terço das empresas (31,6%) teve sua operação parcial ou totalmente paralisada por mais de 15 dias, desde o início da calamidade.
Para 95,3% dos entrevistados, o impacto das enchentes foi negativo para suas empresas, sendo que 49,1% deles reportaram danos ou perdas de ativos devido à calamidade. Desse total, 54,8% indicaram que foram perdas relativas a veículos e implementos; e 36,9% indicaram prejuízos com garagens ou pátios.
Mais de dois terços das transportadoras consultadas (63,2%) tiveram condições de atuar em ações de auxílio à população atingida pelas enchentes, mesmo enfrentando os impactos da tragédia.
As enchentes provocadas pelas fortes chuvas nos meses de abril e maio atingiram pelo menos 476 municípios dos 497 do estado. O transporte é um serviço essencial para garantir o abastecimento de produtos, possibilitar atendimentos médico-hospitalares e viabilizar as entregas de doações para a população impactada. Todos os modos de transporte foram afetados, com a ocorrência de alagamentos de rodovias, portos e aeroportos, quedas de pontes e de barreiras, rupturas de drenagens, entre outras avarias, fato que paralisou ou dificultou o transporte local.
LEIA MAIS
Estudo da CNT mostra que preço é um dos desafios para o uso do ‘diesel verde’ no Brasil