Aline Feltrin
A DHL Supply Chain, especializada em armazenagem e distribuição, deu um passo importante rumo à agilidade de entregas aéreas ao se unir com a companhia aérea Levu Air Cargo. Juntas, as empresas investiram 90,5 milhões de euros para um projeto que contempla quatro aeronaves cargueiras próprias. A primeira entra em operação neste mês.
A rota inicial será de Viracopos (Campinas\SP) – Manaus (AM), com três saídas por semana. De acordo com a DHL, a inciativa exigiu a abertura e ampliação de filiais. Além disso, gerou 200 empregos diretos e 500 indiretos.
Em entrevista ao portal Transporte Moderno, o vice-presidente de transportes da DHL Supply Chain, Solon Barrios revelou que o projeto desenvolvido em colaboração com a Levu ao longo de dois anos foi aprovado em outubro de 2023. Segundo o executivo, a principal motivação foi a necessidade de oferecer uma solução confiável para clientes no mercado de transporte aéreo de carga.”Enfrentamos desafios significativos com a falta de prioridade para cargas aéreas em muitas companhias aéreas tradicionais.”
Barrios se refere ao ‘corte de pista’, quando empresas de logística, ao despacharem suas mercadorias por meio de companhias aéreas, encontram-se com restrições na priorização do espaço de carga, que geralmente é dada para as bagagens dos passageiros.
Aeronaves dedicadas
A solução criada pela DHL e Levu preencherá essa lacuna, o que poderá proporcionar prazos de entrega mais rápidos. O projeto se concentra em utilizar aeronaves cargueiras dedicadas. E eliminar, assim, a dependência das prioridades de carga das companhias aéreas de passageiros.
Barrios conta que a parceria visa atender às crescentes demandas de setores críticos, como medicamentos, tecnologia e peças automotivas de reposição. “Nossa meta é assegurar que esses materiais cheguem ao destino no dia seguinte, oferecendo uma garantia de entrega em 48 horas”, afirmou Barrios.
Das quatro aeronaves Airbus, duas são A330-300, com capacidade de 59 toneladas, e duas A321-200, com capacidade de 27 toneladas. Com a frota, a empresas planejam transportar até 4 mil toneladas por mês no primeiro ano de operação, podendo chegar a 10 mil toneladas até o final de 2025.
As operações terão como base o aeroporto de Viracopos, em Campinas, aproveitando sua localização estratégica e infraestrutura adequada. Rotas regulares serão estabelecidas entre Viracopos e outros importantes centros logísticos, como Manaus e Recife, para atender às demandas regionais com eficiência.
Conforme o executivo, as projeções de crescimento do mercado de carga aérea no Brasil foram decisivas para a implementação da Levu Air Cargo, a empresa com sede em Campinas tem o foco exclusivo no transporte de cargas.
Os principais mercados alvo são: farmacêutico, eletroeletrônicos, automotivo e perecíveis. Além disso, por serem aeronaves exclusivamente cargueiras, elas poderão levar cargas mais pesadas, de dimensões maiores e cargas perigosas das classes 1 a 9, com exceção da 7, relacionada ao transporte de material radioativo.
Zero emissões até 2050
Na visão de Barros, um dos aspectos mais notáveis desse projeto é o compromisso ambiental. De acordo com ele, o novo cargueiro apresenta tecnologia que reduz as emissões de carbono em 10%, alinhando-se aos esforços globais da DHL para alcançar emissões zero até 2050. “Não buscamos apenas uma solução logística eficaz, mas também uma que contribua para um futuro sustentável.”
Além do transporte aéreo, a DHL continua investindo em outras áreas-chave, como transporte rodoviário. Com a aquisição transportadora Polar em 2018, especializada em medicamentos e vacinas, a empresa se fortaleceu em logística integrada. Com um plano de crescimento ambicioso, a DHL visa expandir sua frota elétrica e oferecer soluções ainda mais abrangentes nos próximos anos.
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