Sonia Moraes
O mercado de caminhões mantém o ritmo forte de recuperação e atinge em abril a produção de 11.656 veículos, 3,8% a mais que em março deste ano (11.224 unidades) e com expressivo crescimento de 60,7% sobre abril de 2023, quando foram fabricados 7.255 veículos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“O mês de abril manteve viés de alta verificado desde o final do ano passado e em compasso com a aceleração contínua do mercado doméstico”, comentou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea em coletiva realizada em hotel na China.
Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea, explicou que esse crescimento está relacionado a entrada em vigor do Proconve P8 no ano passado, que impactou na produção e o comparativo de abril deste ano está sobre uma base muito baixa. “De toda forma, o setor segue em uma trajetória positiva de alta, retomando o que a gente acredita ser a normalidade para o mercado de pesados.”
No acumulado de janeiro a abril deste ano a produção de caminhões totalizou 40.983 unidades, 29,1% superior aos 31.752 veículos fabricados no primeiro quadrimestre de 2023. “Reforço que o setor está voltando à normalidade, mas quando comparamos com janeiro a abril de 2021 e de 2022 o mercado ainda está um pouco abaixo”, destacou Freitas.
Do total de caminhões produzidos no primeiro quadrimestre deste ano, 24.957 unidades são de modelos pesados, 9.393 de semipesados, 5.555 de leves, 835 de médios e 243 de semileves.
Emplacamentos
No emplacamento de caminhões o desempenho também foi positivo em abril, com 10.758 veículos vendidos no país, 8,8% superior a março deste ano (9.887 unidades) e 37,7% acima de abril de 2023, quando foram vendidos 7.824 veículos. O resultado de abril é o melhor desde dezembro de 2022 e o melhor abril desde 2014, segundo a Anfavea.
No acumulado de janeiro a abril o crescimento foi de 2,2% com 37.238 veículos vendidos no país, ante os 36.440 caminhões comercializados no mesmo período de 2023. “A média de emplacamento diário de caminhões segue muito bem, próximo de 500 unidades, e o setor comemora este retorno à normalidade e com a expectativa de que tenhamos um ano positivo em 2024”, disse Freitas.
Do total de caminhões vendidos até abril, 19.839 unidades são de modelos pesados, 9.605 de semipesados, 2.863 de leves, 2.844 de médios e 2.087 de semileves.
Ranking
No ranking do setor a liderança ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus com a venda de 9.318 caminhões no primeiro quadrimestre, 0,9% acima do mesmo período de 2023 (9.236 unidades), e o segundo lugar é ocupado pela Mercedes-Benz, com 7.526 veículos comercializados no país, 16,3% abaixo dos quatro meses de 2023 (8.991 unidades) e o terceiro pela Volvo, com 6.727 veículos emplacados, 12,2% superior ao acumulado de janeiro a abril do ano passado (5.998 unidades).
A Scania, quarta colocada, vendeu 6.085 caminhões até abril, 80,8% mais que no primeiro quadrimestre de 2023 (3.366 unidades), e a DAF, que subiu uma posição e está em quinto lugar, comercializou 3.001 caminhões de janeiro a abril, 29,3% a mais do que nos quatro meses de 2023 (2.321 unidades). A Iveco, que ocupa o sexto lugar, vendeu 2.454 veículos, 23,2% superior ao primeiro quadrimestre de 2023, cujo volume totalizou 3.196 unidades.
Exportações
Nas exportações a movimentação foi negativa em abril, com 1.188 caminhões embarcados, 13,2% abaixo de março deste ano, mas com aumento de 18,7% em relação a abril de 2023, quando foram vendidos 1.001 veículos no mercado internacional.
No acumulado de janeiro a abril de 2024 a exportação de 4.510 caminhão ficou 17,5% abaixo dos 5.469 veículos exportados no mesmo período de 2023. Do total foram exportados 2.585 modelos pesados, 1.368 semipesados, 380 leves, 93 semileves e 84 médios.
Fenatran e Latbus
Sobre a Fenatran e a Latbus, os maiores eventos de caminhões e ônibus a serem realizados neste ano no Brasil, o vice-presidente da Anfavea disse que as expectativas são positivas, principalmente com relação às novas tecnologias. “Acredito que os participantes da feira vão poder observar uma diferença grande e muitas novidades em relação às novas tecnologias, tanto de propulsão quanto de conectividade. Essa vai
ser a grande diferença, muito mais na questão de oferta de veículos para o mercado e evolução de disponibilidade de produtos com as novas tecnologias”, destacou Freitas.
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