Volvo retoma produção de caminhão autônomo no país

Desenvolvido em parceria com a implementadora TMA, o caminhão batizado de TMA Stark é um 8×2 de 380 cavalos. A expectativa é produzir até 300 unidades do modelo por ano

O veículo sai de fábrica pronto para ser transformado em um caminhão de transbordo autônomo.

Aline Feltrin, de Ribeirão Preto (SP)

A Volvo utilizou uma parte do seu último ciclo de investimentos de R$ 1,5 bilhão, que compreende o período de 2023 a 2025, para retomar o desenvolvimento de caminhões autônomos no país. A marca apresentou em primeira mão na  29ª Agrishow o novo modelo com nível 2 de autonomia montado sobre a plataforma do FMX.

Em 2017, a montadora sueca havia lançado o modelo VMX para operações sucroalcooleiras, contudo vendeu apenas 10 unidades. Depois, parou com o projeto para se dedicar a inserção da motorização com tecnologia Euro 6 que entraria em vigor em 2022. Aliás, o VMX, a partir de agora, será substituído pelo FMX.

Feito em parceria com a implementadora TMA, o caminhão batizado de TMA Stark é um 8×2 de 380 cavalos. O veículo sai de fábrica pronto para ser transformado em um caminhão de transbordo autônomo. Assim, conta com sistema que automatiza a direção e módulos de chicote para a instalação do sistema de piloto via GPS.

Preservação das plantações

A característica que se destaca, segundo a Volvo, e que representa um importante apelo de vendas, é o sistema que controla a direção com precisão e garante a preservação das plantações. Isso é possível graças a bitola de 3 metros que promove o afastamento das rodas, pneus específicos e uma caixa de carga projetada para o transporte de cana.

Em algumas situações, caminhões utilizados para o transporte de cana podem causar danos às plantações durante o processo de transbordo. Isso pode acontecer principalmente quando não são projetados para evitar esse tipo de problema. O resultado é a perda de produtividade, bem como aumento de custos.

Expectativa de produção

A TMA, que será responsável pela venda do produto ao cliente, ainda não revelou qual será o preço. Seja como for, as empresas informam que será um pouco mais caro do que o transbordo feito com trator. Contudo, afirmam que o potencial de economia de combustível e a velocidade de operação que o FMX Stark oferece compensam o investimento maior.

Segundo as companhias parceiras já existem conversas com empresas do setor sucroenergético. Seja como for, o diretor comercial de vendas da Volvo, Alcides Cavalcanti, disse que expectativa é que haja a produção de 300 a 400 unidades deste caminhão por ano. O executivo também revelou que os investimentos necessários para o desenvolvimento do produto foram feitos em partes iguais pela montadora e pela implementadora.

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