Produção de caminhões recua 34,3% no primeiro semestre

As vendas tiveram queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado, com 52.457 veículos comercializados no mercado brasileiro

Sonia Moraes

O mercado de caminhões continua com fraco desempenho com a entrada em vigor da fase P8 do Proconve, equivalente a Euro 6. Em junho, a produção registrou retração de 16,2% e somou 7.029 veículos, ante os 8.392 veículos fabricados em maio deste ano. E no acumulado de janeiro a junho, saíram da linha de montagem 47.173 veículos, 34,3% abaixo das 71.772 unidades produzidas no primeiro semestre de 2022, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, esclareceu que essa queda é decorrente da concentração de comercialização do estoque de modelos Euro 5 no período. “Para se adequar à demanda de modelos Euro 6, as montadoras estão ajustando a produção”, disse Bonini.

Dos 47.173 caminhões produzidos até junho deste ano, 24.463 são modelos pesados, 13.265 de semipesados, 7.236 leves, 1.475 médios e 734 semileves.

Vendas-

As vendas tiveram redução de 4,1% em junho em relação a maio, de 8.223 para 7.884 unidades, e no acumulado de janeiro a junho a queda foi de 8,8%, atingindo 52.457 unidades, ante os 57.605 veículos comercializados no primeiro semestre de 2022, segundo a Anfavea.

Do total de caminhões vendidos de janeiro a junho deste ano, 24.911 são pesados, 14.203 semipesados, 4.571 semileves, 4.545 leves e 4.317 modelos médios.

No acumulado de janeiro a junho, dos 52.457 caminhões comercializados no país, apenas 22,8%, o que equivale a 11.965 unidades, foram produzidos neste ano – os modelos Euro 6. “Se compararmos com as estatísticas dos últimos cinco anos, esse número deveria ser de 44%”, disse Bonini. “Isso mostra o impacto que ainda há no emplacamento dos modelos Euro 6 quando comparado aos modelos Euro 5.

No ranking do primeiro semestre de 2023, a liderança ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus com a venda de 13.410 caminhões no primeiro semestre, 21,1% inferior ao mesmo período de 2022 (17 mil unidades). O segundo lugar é ocupado pela Mercedes-Benz, com 11.994 veículos comercializados no país, 13,1% abaixo dos seis meses de 2022 (13.801 unidades), e o terceiro pela Volvo, com 9.011 veículos emplacados, 19,9% a menos que janeiro a junho de 2022 (11.248 veículos).

A Scania, quarta colocada, vendeu 5.045 caminhões até junho, aumento de 12,9% sobre o primeiro semestre do ano passado (4.470 unidades), e a Iveco, que está em quinto lugar, comercializou 4.946 caminhões de janeiro a junho, queda de 7,8% em relação aos seis meses de 2022 (5.363 veículos). A DAF, que ocupa o sexto lugar, vendeu 3.580 veículos, 18,2% a mais que janeiro junho de 2022, cujo volume totalizou 3.030 caminhões.

Mercado externo-

Nas exportações, o segmento de caminhões apresentou bom desempenho em junho, com crescimento de 6,5% ao embarcar 1.389 veículos. Já no acumulado de janeiro a junho houve redução de 26,7%, com 8.162 veículos exportados, ante as 11.138 unidades comercializadas no mercado internacional no primeiro semestre de 2022.

Do total de caminhões exportados, 3.778 unidades são de modelos pesados, 2.306 de semipesados, 1065 de leves, 582 semileves e 432 médios.

Reforma tributária-

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, disse que essa coletiva de imprensa não poderia ser numa data e hora melhor ao se referir à aprovação da reforma tributária (PEC 45) e destacou que o otimismo com o Brasil é a cada dia reforçado e que as fabricantes apoiam e apostam no crescimento do país, onde já teve 3,8 milhões de veículos comercializados.

“A taxa de juros é a maior dificultadade para o crescimento e, embora vem se mantendo em 13,75%, cada mês vem aumentando para o consumidor. Mas isso irá se resolver e já começamos a ver sinais de redução e será natural com aprovação da reforma tributária (PEC 45)”, comentou o presidente da Anfavea.

Márcio Leite falou que a reforma tributária em países democráticos é algo inédito no mundo. “É fundamental para o setor automotivo e a economia. Nós acreditamos em aumento de investimentos, em previsibilidade e amadurecimento do país e estamos celebrando muito a aprovação.”

Leite destacou que, apesar os volumes baixos de vendas, ainda não há fundamentos para revisar as projeções do setor, porque é preciso ver como será o comportamento nos meses de julho de agosto.

O vice-presidente da República Geraldo Alckmin, falou sobre a importância da aprovação da reforma tributária, que vai estimular a exportação porque retira a cumulatividade, desonera os investimentos, e fará justiça ao setor industrial super tributado, além de simplificar, reduzir o custo Brasil e diminuir a judicialização. “É uma reforma importante para a economia brasileira, pois traz eficiência econômica e pode ajudar crescer o PIB”, disse Alckmin.

Veja também

Por