Mercado de caminhões passa por momento difícil, avalia Fenabrave

Mesmo sendo o segmento que mais recebeu descontos tributários, a Fenabrave avalia que medida provisória 1.175 não gerou negócios no mercado de caminhões

Em junho, o número de emplacamentos do setor automotivo em geral registrou alta de 10,3% sobre junho de 2022, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Os automóveis e comerciais leves se beneficiaram da medida provisória 1.175, editada pelo governo federal em 6 de junho, e que dispõe sobre mecanismo de desconto patrocinado na aquisição de veículos sustentáveis.

No semestre, a alta foi de quase 14% nos emplacamentos de todos os segmentos automotivos somados, lembrando que, em 2022, o desempenho dos seis primeiros meses do ano foi impactado por fatores como a guerra na Europa e a falta de peças e componentes na indústria. “Todos os segmentos registraram alta no volume, com exceção de caminhões, categoria que teve de se ajustar à nova tecnologia de emissões (Euro 6) na primeira metade de 2023”, diz Andreta Jr., presidente da Fenabrave.

Embora o setor de transporte de cargas tenha sido contemplado com R$ 700 milhões pela MP 1.175, o presidente da Fenabrave destaca que o segmento de caminhões passa por um momento difícil, apresentando queda tanto em junho quanto no semestre deste ano. Em relação a maio, os emplacamentos de caminhões tiveram redução de 2,17%. No acumulado do ano, o setor registrou recuo de 12,1%, enquanto em comparação a junho de 2022, a queda foi de 28,86%.

Segundo Andreta Jr., o segmento ainda sofre com os juros elevados e aumento da inadimplência, o que dificulta financiamentos de produtos Euro 6, em função dos novos preços. “O mercado tem mostrado cautela para finalizar a aquisição de veículos novos, em função dos preços dos produtos com a nova tecnologia”, afirma.

Apesar de ter sido o segmento que mais recebeu descontos tributários, a MP não gerou negócios para o mercado de caminhões. “Principalmente, os profissionais autônomos, aguardam o Programa Renovar, que está em discussão entre o governo e as entidades do setor, e que visa promover a renovação gradativa da frota. Ou seja, eles irão trocar os caminhões de mais de 20 anos, por um de 15 anos; ou um de mais de 15 anos por um de dez anos e assim sucessivamente”, comentou Andreta Jr.

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