Transporte Moderno – Como foi o ano 2022 para a Log-In?
Felipe Gurgel – O ano de 2022 foi um período de expansão para a Log-In. A companhia apresentou resultados excelentes tanto em volumes de carga movimentada quanto em termos financeiros. Houve crescimento nos três segmentos que atuamos: cabotagem, Mercosul e feeder. O terminal de Vila Velha (ES) apresentou ótimo desempenho. A cabotagem cresceu entre 5% e 10%. Expandimos o que poderíamos expandir na cabotagem, pois os navios já estão sendo usados em alto nível da sua capacidade. Não crescemos mais devido à limitação de ativos e não por causa de falta de demanda. Na cabotagem, a curva de crescimento está diretamente relacionada com a capacidade de carga dos navios. Mas vamos ampliar a frota, com um navio que estava fretado e volta para a cabotagem, que deve chegar ainda no segundo trimestre deste ano. E temos mais dois navios em construção na China, que chegam em 2024.
Nossas operações no Mercosul também foram importantes para chegarmos a esses resultados. No ano passado, a Log-In comemorou 22 anos de sólida atuação no trade do Mercosul. Atualmente, a empresa conta com um serviço focado no trade Brasil-Argentina, além de uma rota complementar para Assunção, no Paraguai. Somos líderes no trecho Brasil-Argentina e tivemos um crescimento robusto, de mais de 70%. Mesmo com algumas dificuldades econômicas que a Argentina enfrenta, não observamos redução no fluxo de insumos básicos.
Transporte Moderno – Quais foram os investimentos mais relevantes para a companhia?
Felipe Gurgel – Na Intermodal 2023, estamos apresentando a transportadora Tecmar, que foi adquirida pela Log-In pelo valor de R$ 102,7 milhões, para reforçar o segmento de cargas fracionadas. O Grupo Oliva Pinto, que havia sido adquirido pela Tecmar no fim do ano passado, também será fundamental para as operações da Log-In na região norte do país. A Oliva Pinto atua no ramo de transporte rodoviário, movimentação logística e armazenagem de cargas com frota própria e conta com um terminal localizado no Distrito Industrial de Manaus (AM), região estratégica para os negócios da companhia, e um segundo terminal em desenvolvimento na cidade de Boa Vista, em Roraima.
O terminal portuário de Vila Velha da Log-In também tem recebido os investimentos acordados com a autoridade portuária. E temos investido bastante em tecnologia para dar visibilidade à carga para o cliente. No nosso segmento, a informação é muito importante.
Transporte Moderno – A aquisição da Tecmar vai ampliar as operações multimodais?
Felipe Gurgel – Na verdade, sempre trabalhamos com a multimodalidade na cabotagem, com parceiros no modal rodoviário e até ferroviário. É uma característica do transporte por cabotagem se integrar a outros modais. A Tecmar vem para o segmento de cargas fracionadas especificamente. Vamos avançar nessa área, que chega como um produto novo.
Transporte Moderno – Quais as principais rotas e cargas da Log-In no Brasil?
Felipe Gurgel – Transportamos todo tipo de cargas conteinerizadas. Do Sudeste e Sul, em direção ao Norte e Nordeste, levamos principalmente bens de consumo, de higiene e limpeza, e alimentos. No fluxo contrário, são eletroeletrônicos que vem de Manaus, principalmente. Temos grande capilaridade no país, e ampliamos mais ainda com a Tecmar.
Transporte Moderno – Qual a importância da política ESG para a Log-In?
Felipe Gurgel – A Log-In tem avançado bastante em ESG, com foco nos três pilares principais: governança corporativa, sustentabilidade e programas sociais. Temos buscado reduzir significativamente as emissões de CO² nas nossas operações. O segundo relatório de sustentabilidade da companhia está disponível. Baseado nas diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), o documento foi elaborado e divulgado com objetivo de ampliar a transparência das iniciativas implementadas pela companhia.
