Sonia Moraes
As vendas de pneus para veículos pesados recuaram 5,3% em setembro, com 623.185 unidades, em relação a agosto deste ano quando foram comercializados 658.382 produtos no país, conforme mostra os resultados divulgados pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip).
No acumulado de janeiro a setembro de 2022, a indústria de pneumáticos vendeu 5,80 milhões de pneus de carga no país, redução de 5,1% sobre os 6,11 milhões de produtos que foram vendidos nos nove meses de 2021. A Anip atribui esse resultado negativo à queda nas vendas ao mercado de reposição.
Dos 5,80 milhões de pneus vendidos até setembro, o mercado de reposição recebeu 4,29 milhões, 8,3% abaixo dos 4,68 milhões que foram repassados nos nove meses de 2021. As montadoras receberam 1,5 milhão de pneus no período, 5,5% mais que em janeiro a setembro do ano passado, quando foram comercializados 1,42 milhão de produtos.
Incluindo todos os segmentos que são abastecidos pela indústria nacional (automóveis, veículos comerciais leves, carga e motos) a venda de pneus atingiu 4,76 milhões em setembro, baixa de 6,0% em relação a agosto deste ano e retração de 1,34% sobre setembro de 2021, devido à queda de 9,6% nas vendas para montadoras e retração de 4,7% nas vendas para reposição.
O destaque negativo na comparação de setembro com o mês anterior, segundo a Anip, ficou para o segmento de automóveis, cujas vendas totais de pneus caíram 9,4% e as vendas para montadoras teve redução de 14,6%. A segunda maior retração ficou para o segmento de veículos pesados, com 5,3% de queda nas vendas totais de pneu de carga e 8% de queda nas vendas para o mercado de reposição.
A Anip, considera que, apesar de tais resultados, o setor ainda está com 0,2% de alta na venda total de pneus de janeiro a setembro de 2022, com 42,94 milhões de pneus comercializados no país, ante os 42,85 milhões vendidos no mesmo período de 2021. E atribui essa pequena alta às vendas para montadoras que, ainda não estão nos patamares pré-pandemia, mas seguem sua trajetória de recuperação. Tais números seguem indicando que, na melhor das hipóteses, o setor deve fechar o ano com números praticamente no mesmo patamar do que os apresentados em 2021. “As vendas em setembro de 2022 reforçam ainda mais a preocupação do setor em relação a como 2022 vai terminar. Essa preocupação se torna urgente quando se trata de pneus de carga, que teve o seu mercado artificialmente alterado e, por isso, sofre um surto de importação que vem corroendo a indústria brasileira, chegando ao congelando de investimentos que já estavam aprovados”, analisa Klaus Curt Müller, presidente executivo da Anip.
Balança comercial-
Nas transações internacionais, o setor de pneumáticos acumulou de janeiro a setembro de 2022 déficit de US$ 13,14 milhões, com a importação de US$ 1,01 bilhão (25,4% a mais que janeiro a setembro de 2021) e a exportação de US$ 999,2 milhões (27,2% superior aos nove meses de 2021).
No acumulado de janeiro a setembro de 2021, o setor havia fechado com déficit de US$ 21,97 milhões na balança comercial, ao exportar US$ 785,4 milhões e importar US$ 807,4 milhões. No mesmo período de 2020, apresentou superávit de US$ 133,8 milhões, segundo a Anip.
Em unidades, as fabricantes acumularam saldo negativo de 10,75 milhões de pneus, com a importação de 21,97 milhões de produtos (5% a mais que no mesmo período de 2021) e a exportação de 11,21 milhões (1,7% acima dos nove meses de 2021).
