A MRS, que tem 1.674 quilômetros de malha nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, também aguarda a resposta da ANTT sobre o seu plano para obter a renovação do contrato de concessão e definir os novos investimentos na sua malha que opera em cinco portos (Santos, Itaguaí, Sudeste, Guaíba e Rio de Janeiro).
No primeiro trimestre deste ano a MRS aplicou R$ 114,7 milhões em investimentos correntes. Deste total, R$ 17,5 milhões foram na expansão da malha (ampliação de pátio, duplicação de capacidade em alguns trechos na região de São Paulo, Vale do Paraíba e principalmente na baixada Santista), e R$ 1,4 milhão em melhorias (sinalização e mudanças na infraestrutura da malha para aumentar a capacidade), conforme detalha Marcelo Kanhan, gerente geral de comunicação da MRS.
Em 2016, ano em que o mercado brasileiro teve forte retração, a MRS transportou 168 milhões de toneladas, 1% superior ao registrado em 2015. A movimentação de minério de ferro, carvão e coque aumentou 1,8%, totalizando 126,2 milhões de toneladas. O volume de produtos agrícolas (açúcar, milho, soja e farelo de soja) cresceu 1,5%, alcançando 27,4 milhões de toneladas.
No segmento de contêineres e agrícola a empresa conquistou 23 novos clientes no ano passado. Com o serviço de contêineres a MRS transportou 79 mil TEU em 2016, o que totalizou 919 mil toneladas de carga, um crescimento de 23% sobre 2015 (67 mil TEU).
No primeiro trimestre de 2017 o movimento foi recorde com o transporte de 39,8 milhões de toneladas, alta de 0,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram 29,8 milhões de minério de ferro, 10,4 milhões de carga geral e 6,8 milhões de produtos agrícolas. O bom desempenho nas operações com contêineres, segundo Emanuele Forastieri da Costa Minuzzi, gerente geral de carga geral da MRS, além do investimento em sistema de cremalheira e em pátio de acesso ao porto, foi o desenvolvimento de uma grade fixa de horário para esse segmento. “Hoje o cliente tem uma frequência determinada de atendimento. Ele sabe exatamente quando a carga sai e quando vai chegar”, destaca a gerente. “Com essa rota definida o trem sai com um ou 80 contêineres.”
Com essa estratégia, a MRS conseguiu aumentar o volume de serviço e hoje na sua carteira de clientes com cargas conteinerizadas tem 200 empresas. “É um segmento muito concentrado e isso permite ao cliente que tem pouca carga (dois contêineres semanais) ir e voltar do porto”, afirma Minuzzi.
Para facilitar a operação, a MRS mantém ao longo de sua malha mais de 100 terminais intermodais. “Com esses terminais a empresa consegue viabilizar a entrega da carga diretamente ao cliente”, afirma a gerente.
O mais novo terminal rodoferroviário da MRS foi inaugurado em fevereiro deste ano em Sete Lagoas (MG), às margens da rodovia MG-424, em parceria com a Multilift Logística. Este serviço irá suprir os clientes de cargas a granel e de contêineres e conectar todo o noroeste do Estado de Minas Gerais com as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, além de portos estratégicos do Sudeste, com destaque para os do Rio de Janeiro e de Santos.
O terminal possui cerca de 290 mil metros quadrados de área total. Para a operação com a MRS, foi disponibilizada área coberta de armazenamento com capacidade para oito mil toneladas, além de pátios pavimentados totalizando cerca de 30 mil metros quadrados para a movimentação de granéis e contêineres.
A MRS possui em sua frota 18 mil vagões e mais de 800 locomotivas, que representam mais de 20% da frota nacional.