Depois da tempestade

A flutuação do câmbio e a instabilidade política e econômica fizeram do ano passado um período difícil para empresas de todos os setores, com fortes impactos no transporte marítimo de cargas. A Hamburg Süd, uma das dez maiores empresas transportadoras de contêineres do mundo, enfrentou uma queda nas importações (considerando apenas o mercado brasileiro) de […]

A flutuação do câmbio e a instabilidade política e econômica fizeram do ano passado um período difícil para empresas de todos os setores, com fortes impactos no transporte marítimo de cargas. A Hamburg Süd, uma das dez maiores empresas transportadoras de contêineres do mundo, enfrentou uma queda nas importações (considerando apenas o mercado brasileiro) de 12,5%; em contrapartida, as exportações cresceram 5,3%. “É importante mencionar que a crise levou também a um recuo no aumento dos fretes em 2016, com um reajuste no final do ano para  o trade da Ásia, tanto na importação quanto na exportação”, explica Julian Thomas, diretor superintendente da companhia.

Para 2017, a expectativa é que haja um incremento na importação de 6%, mantendo os índices de exportação do ano passado, que ficaram em torno de 5%. A Hamburg Süd atua no transporte de itens diversos setores. “Isto significa que podemos transportar quase todo tipo de produto, com exceção de mercadorias que representem alguma ameaça para a tripulação ou para o navio. Entre as principais cargas que operamos estão: alimentos, peças automotivas, para duas rodas, eletroeletrônicos, artigos de higiene e limpeza, chapas de aço e industrializados, com destaque para celulose, papel e resinas”, informa Thomas.

Para o diretor superintendente, as consequências da crise sobre o transporte de cargas foram muito maiores e mais agressivas, em comparação com outros setores da economia brasileira. Segundo o ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, as importações caíram 19,78%, de US$ 171,45 bilhões em 2015, para US$ 137,55 bilhões em 2016. Quando se considera a média diária, as exportações caíram 3,5%, de US$ 764 milhões para US$ 738 milhões, e as importações declinaram 20,1%, de US$ 685 milhões para US$ 548 milhões. “Tudo isso certamente impactou o transporte marítimo de cargas”, completa.

Para a Intermodal 2017, a Hamburg Süd traz as novas tecnologias utilizadas pelos contêineres refrigerados, como a Xtendfresh, que consiste em um sistema de controle da atmosfera dentro de um contêiner de carga refrigerada. De acordo com a empresa, isso faz com que a fruta ou outro produto fresco fique no estado de ‘hibernação’ durante o transporte e chegue ao destino exatamente com a mesma qualidade que deixou o brasil. “Esta é considerada uma das tecnologias mais sofisticadas em carga reefer”, afirma Thomas.

De acordo com o diretor superintendente da Hamburg Süd, a Intermodal é o principal evento do setor. “Temos certeza de que será uma grande oportunidade para mostrar os diferenciais de nossos serviços e da nossa equipe. Como a economia tende a melhorar a partir desse ano, esperamos que o evento nos proporcione a geração de novos negócios”, explica. Com 130 navios de contêineres, capacidade física para mais de 600 mil TEU e cerca de 50 serviços de linha, a empresa conta com seis mil funcionários em 250 escritórios espalhados por todo o mundo. A empresa se destaca pelo transporte de produtos frescos e de cargas frigoríficas, atuando nas rotas comerciais norte-Sul e, desde o final de 2014, também nas rotas comerciais leste-oeste.

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