Multimodais

Governo anuncia plano integrado para fortalecer logística e transportes no Brasil

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) lançou na última quinta-feira (5) o Planejamento Integrado de Transportes (PIT), uma estratégia para unir os modais de transporte no Brasil. O objetivo é modernizar, ampliar a acessibilidade e fortalecer a logística nacional. O planejamento, inédito no país, visa otimizar as infraestruturas existentes, aumentar a competitividade no país no comércio global e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico.

Durante evento no auditório do MPor, o ministro Silvio Costa Filho destacou que a iniciativa não apenas visa o curto prazo, mas também a implementação de um planejamento estratégico para as próximas décadas. “Até 2035, temos um plano claro para o setor portuário e hidroviário, e até 2052 para o setor aeroviário, com ações que vão desde dragagens e obras em portos públicos até o desenvolvimento de projetos estruturantes como o túnel de Santos e a concessão do Canal do Paranaguá”, afirmou o ministro.

Além de focar na modernização das infraestruturas, o PIT tem uma visão voltada para a sustentabilidade e a geração de empregos. “Estamos focados na agenda de descarbonização e empregabilidade. Nossos projetos são objetivos e visam acelerar os investimentos necessários para garantir um futuro sustentável e próspero para o Brasil”, ressaltou Silvio Costa Filho.

Planos aeroviário, portuário e hidroviário

O plano aeroviário nacional é um dos destaques dentro do PIT. Com foco na modernização da infraestrutura aeroportuária, prevê o programa AmpliAR, que permitirá a gestão de aeroportos regionais por empresas privadas por meio de um processo competitivo. A iniciativa busca otimizar a malha aérea nacional e promover o desenvolvimento socioeconômico, integrando regiões remotas ao sistema aéreo nacional.

Da mesma forma, o plano setorial portuário é outro pilar importante do PIT. Com metas a serem atingidas até 2035, se concentra na priorização de ações estratégicas para o desenvolvimento do setor portuário, como a criação de corredores logísticos e a implementação de projetos multimodais.

O plano setorial hidroviário visa alavancar as hidrovias brasileiras, que já somam 23 mil km, com a previsão de expansão para mais 17 mil km. A meta é triplicar o volume de carga movimentada por esses modais, o que reduzirá custos de transporte e emissões de gases de efeito estufa.

Governo aposta em expansão de ferrovias e incentivo ao uso de biocombustíveis para reduzir emissões no setor de transportes

O governo brasileiro estabeleceu um conjunto de medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor de transportes, com foco em três frentes principais: o fortalecimento do modal ferroviário, a melhoria da infraestrutura rodoviária e o incentivo ao uso de biocombustíveis, especialmente para veículos de carga. A estratégia foi apresentada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, durante sua participação na COP29, realizada nesta quarta-feira (13) em Baku, no Azerbaijão.

Renan Filho explicou que o Brasil busca, simultaneamente, reduzir a dependência do transporte rodoviário e ampliar a utilização do transporte ferroviário, que é menos poluente. “Estamos atuando em duas direções. A primeira é fortalecer o modo ferroviário para tirar caminhão de estrada e colocar carga em ferrovia. Quanto mais fizermos isso, mais reduziremos a emissão de carbono. Nosso objetivo é que até 2035, 40% da carga brasileira seja transportada por ferrovias, o que terá um impacto significativo na redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirmou o ministro.

Além disso, o governo brasileiro está investindo na melhoria da malha rodoviária. Segundo Renan Filho, estradas mais conservadas, com menos buracos, podem contribuir para a redução das emissões. “Estradas sem buracos significam menos tempo de viagem, menos necessidade de frenagem e aceleração, o que se traduz em um volume menor de emissões”, completou.

Outro ponto crucial da estratégia é a promoção do uso de biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel, no transporte de cargas. O ministro destacou a implementação dos “corredores azuis”, que terão como objetivo garantir o abastecimento de gás natural e liquefeito para caminhões de carga.

De acordo com Renan Filho, a utilização de caminhões movidos a gás natural pode reduzir em até 30% as emissões de carbono em comparação com os veículos que utilizam óleo diesel. “O uso de biocombustíveis é uma das razões pelas quais o Brasil tem um dos setores de transportes menos poluentes do mundo”, afirmou.

O Brasil também se destaca na inovação tecnológica com o desenvolvimento do Combustível Sustentável de Aviação (SAF), que promete reduzir as emissões da aviação comercial. “Estamos na vanguarda do desenvolvimento de SAF, o que reforça o compromisso do Brasil com a sustentabilidade”, disse Renan Filho.

Compromisso com a redução de emissões

O ministro dos Transportes também comentou as metas climáticas do Brasil, destacando o papel fundamental do setor de transportes na contribuição para a Nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), apresentada pelo Brasil na COP29. A NDC estabelece o compromisso de reduzir entre 59% e 67% as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035, em comparação com os níveis de 2005.

“Esta é uma meta arrojada, mas factível. Ela vai permitir o desenvolvimento do país, a geração de empregos e o crescimento econômico, especialmente em um Brasil que ainda enfrenta grandes desafios sociais e de desigualdade. É um caminho que concilia sustentabilidade e crescimento”, concluiu Renan Filho.

VLI registra primeiras movimentações da segunda safra de milho

Na sequência da safra da soja, o sistema integrado da VLI – empresa de soluções logísticas que integra ferrovias, portos e terminais – começa agora a transportar o milho, que, após um ano de quebra de safra, tem uma grande projeção de crescimento em 2022. As primeiras composições carregadas com o grão já estão saindo do Terminal Integrador de Palmeirante (TIPA), no Tocantins. As cargas são transportadas pela VLI por meio da Ferrovia Norte-Sul, no Arco Norte, e exportadas para Ásia e Europa por meio do Terminal Portuário de São Luís (TPSL).

Segundo a companhia, o crescimento da abrangência do sistema multimodal gerido pela VLI favorece o desenvolvimento da nova fronteira agrícola brasileira, ao oferecer possibilidades de captação e escoamento para as produções agrícolas da região Matopiba, formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a expectativa para produção de milho nesta segunda safra é de 90 milhões de toneladas, ante 57,1 milhões no mesmo período em 2021 – considerando a produção da região do Matopiba.

“O sistema de multimodalidade oferecido pela VLI é sustentado numa solução logística integrada, ágil e eficaz, na qual a carga é captada em sua origem e fazemos o melhor uso de cada modal de transporte para que o produto chegue com maior brevidade ao seu berço de exportação”, afirma o gerente geral comercial de grãos da VLI, Alexandre Ribeiro. 

A companhia utiliza três corredores logísticos para dar vazão a este fluxo de milho. Além do Tramo-Norte da Ferrovia Norte-Sul (FNS), a VLI é administradora dos corredores Centro-Sudeste e Centro-Leste da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).

Outros ativos da companhia importantes para o escoamento da safra são: os terminais integradores de Araguari, Pirapora, Santa Luzia e Uberaba, em Minas Gerais; o terminal de porto Nacional, no Tocantins; além do terminal de porto Franco, no Maranhão.