A Petrobras recolocou a cabotagem no centro de sua estratégia logística ao incluir a construção de 20 navios costeiros e 18 barcaças no Plano de Negócios 2026–2030, aprovado por unanimidade pelo Conselho de Administração. O programa prevê investimentos de US$ 109 bilhões, ligeiramente abaixo do ciclo anterior, mas com impacto significativo sobre a indústria naval e a malha logística do país.
Do total, US$ 91 bilhões serão destinados a projetos em implantação e US$ 18 bilhões a iniciativas em avaliação. Segundo a presidente da estatal, Magda Chambriard, os investimentos equivalem a 5% do total previsto no país para o período e têm potencial para gerar 311 mil empregos diretos e indiretos, além de R$ 1,4 trilhão em tributos. Ela afirma que o plano reforça o compromisso da companhia com a transição energética e com o desenvolvimento sustentável.
A aposta na cabotagem ocorre em um momento de concentração de cargas no modal rodoviário e de custos logísticos elevados. A renovação da frota tende a reduzir o tempo de transporte, aumentar a eficiência na circulação de granéis e produtos industrializados e ampliar a competitividade de exportadores e importadores brasileiros. O transporte marítimo, segundo especialistas, também reduz emissões por tonelada transportada, o que contribui para metas ambientais.
Para os estaleiros, o plano representa a possibilidade de retomada de encomendas e reativação da capacidade produtiva, com impacto direto sobre cadeias de fornecedores, serviços portuários e centros de formação técnica. A expectativa é de geração de empregos qualificados em regiões portuárias e polos industriais.
A Petrobras também reestruturou a forma de acompanhar os projetos, dividindo a carteira em implantação em uma base de US$ 81 bilhões e uma parcela adicional de US$ 10 bilhões dependente de financiabilidade. A estatal afirma que o modelo dá flexibilidade diante de oscilações de mercado e assegura a execução gradual das obras.
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