A Tegma Logística, uma das maiores operadoras logísticas do Brasil, está em plena transformação. Com mais de meio século de atuação no transporte de veículos zero quilômetro, a companhia quer ampliar o protagonismo de sua divisão de logística integrada, responsável hoje por cerca de 20% das operações.
A estratégia, segundo o diretor comercial & operações, Paulo Cesar Franceschini,, marca um novo ciclo de crescimento e diversificação da companhia. “O crescimento da Tegma nos próximos anos não virá do transporte de veículos zero, um mercado maduro e altamente competitivo. Ele virá da logística integrada, que nos permite atuar em outros segmentos, com serviços de alto valor agregado, uso intensivo de tecnologia e capacidade de investimento”, afirma o executivo.
Listada na B3 desde 2007, a Tegma opera com dois grandes pilares: o transporte automotivo, que ainda representa mais de 80% da receita, e a logística integrada, que reúne serviços de gestão de granéis sólidos, armazenagem, milk run, 4PL e soluções tecnológicas em gestão de embalagens plásticas retornáveis.
Eficiência e rastreabilidade com IoT e RFID
Entre as frentes mais promissoras da Tegma está a gestão de embalagens retornáveis, um serviço que evoluiu de uma operação baseada em RFID para um modelo totalmente conectado via IoT (Internet das Coisas). Essa tecnologia permite rastrear e monitorar, em tempo real, o ciclo de vida das embalagens plásticas utilizadas nas cadeias produtivas — desde o fornecedor até o retorno à linha de montagem.
A solução, desenvolvida internamente, é aplicada em indústrias dos setores automotivo, linha branca e alimentício. Por meio de dispositivos inteligentes e integração a uma torre de controle, a Tegma oferece visibilidade completa dos processos, com alertas automáticos, auditorias e relatórios gerenciais que garantem controle, previsibilidade e eficiência.
“As embalagens retornáveis são insumos caros e de alto volume. Cada unidade pode custar entre R$ 400 e R$ 1.500, e um parque industrial pode ter até 300 mil delas. Falta controle e, muitas vezes, a perda é vista como algo normal. Nossa solução reduz extravios em até 27% e aumenta a acurácia de inventário em mais de 40%”, destaca Franceschini.
Na prática, a operação é end-to-end: a Tegma coleta as embalagens vazias nas fábricas, transporta aos fornecedores, monitora o reabastecimento e retorna à linha de produção. Em projetos como o da indústria de linha branca, a empresa administra mais de 300 mil embalagens ativas, com 26 portais RFID operando automaticamente em plantas e hubs logísticos — um salto em rastreabilidade, produtividade e governança de ativos.
Gestão circular e ganhos sustentáveis
A sustentabilidade logística é outro pilar do novo modelo da Tegma. A empresa reduziu o uso de embalagens descartáveis e passou a empregar energia limpa em suas unidades, com usinas fotovoltaicas em operação. A otimização de rotas e da ocupação dos veículos reduziu 12% do quilômetro rodado e 9% do número de veículos em trânsito, diminuindo as emissões de CO₂.
“É um projeto que combina eficiência econômica e sustentabilidade, pilares cada vez mais interligados nas cadeias logísticas modernas”, afirma o diretor.
A solução também permite transformar capex em opex: a Tegma pode adquirir e gerir as embalagens, amortizando o investimento ao longo do contrato. “Quando a embalagem é nossa, muda o mindset do cliente e do fornecedor, porque todos passam a ter controle sobre o ativo e clareza nas perdas e reposições”, explica Franceschini.
Resultados e escalabilidade
Os resultados comprovam o impacto da digitalização da cadeia logística. A Tegma registrou aumento de 15,4% na ocupação dos veículos, redução de 8,2% nos custos de transporte e crescimento de 15% na produtividade da mão de obra. A acurácia dos inventários melhorou 43%, enquanto os extravios caíram 27%, reforçando a eficiência do modelo de gestão circular de embalagens.
Esses números confirmam o potencial da solução para setores de alta complexidade logística, como o automotivo, o farmacêutico, o cosmético e o alimentício. A empresa já planeja novos projetos para expandir a aplicação de IoT e governança de ativos a outras cadeias produtivas — um passo que une tecnologia, sustentabilidade e inteligência operacional em escala.
Diversificação e visão de futuro
Para Paulo Franceschini, a expansão da logística integrada é o caminho natural para que a Tegma diversifique sua base de clientes e amplie o portfólio de soluções. “Nosso foco é atuar em operações logísticas complexas, que exigem tecnologia, conhecimento e investimento. Temos capacidade financeira e expertise para isso. A logística integrada será o vetor do nosso crescimento”, reforça.
A estratégia também inclui movimentos de fusões e aquisições (M&A), com o objetivo de acelerar a entrada da empresa em novos segmentos — como o farmacêutico, fashion e cosmético —, mercados que demandam controle, rastreabilidade e alto nível de serviço.
Enquanto o mercado automotivo tende a acompanhar o ritmo do PIB, a Tegma aposta em inovação, digitalização e sustentabilidade como motores do crescimento. “Estamos otimistas. 2025 será um bom ano e 2026 tem tudo para consolidar essa nova fase. É uma agenda de transformação que exige tempo e maturidade, mas já está em curso”, conclui Franceschini.
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