Faturamento da indústria de autopeças cresce 10,9% no acumulado até agosto

As vendas diretas para as montadoras apresentaram aumento de 13,58% no faturamento nominal nos nove meses deste ano e para o mercado de reposição o incremento foi de 2,19%, segundo o Sindipeças

Sonia Moraes

A indústria de autopeças apresentou resultados positivos de janeiro a agosto de 2025, com aumento de 10,9% no faturamento nominal em relação ao mesmo período do ano passado, conforme mostra o relatório da pesquisa conjuntural e da reposição realizado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Em termos reais, o crescimento foi de 7,63%.

As vendas diretas para as montadoras registraram crescimento de 13,58% no faturamento acumulado até agosto, enquanto o mercado de reposição teve aumento de 2,19%, com expansão de 2,20% na linha de veículos leves e de 2,15% na linha de veículos pesados.

Desempenho mensal

Em agosto, as empresas registraram desempenho fraco, com retração de 3,9% no faturamento em relação a julho. Segundo o Sindipeças, o resultado negativo reflete o comportamento da indústria de veículos, que também apresentou vendas e produção abaixo do esperado.

Em comparação com julho, todos os canais de venda apresentaram variações negativas, indicando uma piora generalizada. O faturamento proveniente de vendas para as montadoras teve redução de 2,24%, e para o mercado de reposição a queda foi de 4,25%. As exportações em dólares registraram retração de 6,77%.

Na comparação com agosto do ano passado, o faturamento teve aumento de 2,06%, sustentado pelas vendas para as montadoras, que permaneceram positivas, com crescimento de 10,18%. Segundo o Sindipeças, isso pode refletir, em parte, a institucionalização do IPI Verde.

O destaque negativo em agosto foi o mercado de reposição, que vem apresentando resultados cada vez mais fracos. “Desde junho, observa-se aceleração na queda da variação anual e perda de fôlego no crescimento acumulado do ano, chegando em agosto com queda de 13,8% em relação a agosto do ano passado”, afirmou o Sindipeças.

Exportações

As exportações também registraram piora mês a mês, com queda de 8,2% em agosto frente a julho e de 10,9% em relação a agosto do ano passado (em termos reais, a redução foi de 13,4%).

Segundo o Sindipeças, o resultado reflete, em parte, a perda de dinamismo provocada pela sobretaxa imposta pelo governo Trump. “O cenário internacional, que até então vinha sustentando as exportações — impulsionado principalmente pela recuperação econômica da Argentina —, passou a apresentar maiores riscos.

Os conflitos políticos recentes no país vizinho trouxeram incertezas quanto à continuidade da estratégia econômica, levando investidores a enxergar limites para a política adotada, mesmo com o declarado apoio do governo americano, e deteriorando as perspectivas para os próximos meses.”

Capacidade instalada

O Sindipeças destaca que, em agosto, a ociosidade nas fábricas subiu 0,5 ponto percentual em relação a julho, reforçando a desaceleração da atividade no setor, diante da queda na demanda interna e externa e do ajuste de produção realizado pelas empresas para conter estoques.

Quanto ao emprego, houve queda de 0,2% de julho para agosto e crescimento de 3,2% na comparação com agosto do ano passado.

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