A VEIC, startup brasileira de tecnologia para gestão de frotas, lançou uma função de pagamento via PIX que promete reduzir em até 20% os custos com combustíveis. A solução elimina o ágio — a taxa adicional cobrada por postos nas transações feitas com cartões de frota.
Segundo Paulo Guimarães, CEO da VEIC (abaixo), a função representa uma evolução no modelo de pagamento e gestão de abastecimento, permitindo que motoristas paguem diretamente via QR Code, com o valor registrado em tempo real no sistema corporativo das empresas.

“O ganho não está apenas na agilidade, mas na redução efetiva do custo do combustível, que pode chegar a 20% ao ano, resultado da eliminação de intermediários. Além disso, os frotistas têm a vantagem de acompanhar todas as transações em tempo real, com controle e rastreabilidade total”, afirma.
A VEIC opera no modelo de arranjo aberto, com um cartão bandeirado Elo aceito em praticamente todos os postos de combustíveis do Brasil. O formato rompe com o sistema fechado das operadoras tradicionais, que restringem o uso a redes credenciadas — cerca de 23 mil dos 45 mil postos do país — e impõem taxas que podem elevar o preço final do litro em até 20%.
O executivo garante que o novo modelo da VEIC democratiza o acesso, permitindo que empresas abasteçam em qualquer posto que aceite cartão de crédito ou PIX. “Nós criamos uma ponte entre o sistema de gestão de frota e o ecossistema financeiro aberto. Com isso, o gestor deixa de pagar o ágio e ainda mantém o controle total das operações, com mais de 100 parâmetros configuráveis para segurança e auditoria”, explica Guimarães.
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Economia de R$ 30 a R$ 40 mil por mês
Com o uso combinado da plataforma e do PIX, os ganhos podem ser expressivos. Segundo o executivo, um gestor que gasta R$ 100 mil por mês em combustível pode economizar de R$ 30 mil a R$ 40 mil mensais, somando os efeitos da eliminação do ágio e da eficiência operacional.
A inovação surge em um momento de crescente pressão por eficiência no transporte corporativo. O combustível representa, em média, 35% a 40% do custo total de uma frota, e a variação de preços entre diferentes meios de pagamento vinha sendo uma dor crônica do setor.
Conforme garante a startup, além de reduzir custos, a função PIX traz ganhos em transparência e segurança. Cada transação exige autenticação via aplicativo, registro do cupom fiscal e checagem automática das informações do posto, evitando fraudes e inconsistências nos relatórios financeiros.
A tecnologia também devolve poder de negociação aos frotistas. Com o PIX, empresas podem negociar descontos diretamente com os postos, sem depender de redes intermediárias. “Quando o cliente paga com PIX dentro da nossa plataforma, ele mantém todos os controles da gestão de frota e ainda negocia melhores condições. Isso cria uma relação mais saudável entre postos e empresas”, destaca o CEO.
Perspectiva de negócios e expansão
Criada em 2024 a partir do ambiente de inovação da Maxifrota, a VEIC já acumula investimentos superiores a R$ 50 milhões em desenvolvimento tecnológico e infraestrutura. A empresa projeta faturar R$ 1 bilhão em 2026, impulsionada pela adoção do PIX e pela expansão da base de clientes — que inclui desde grandes companhias com frotas complexas até pequenas transportadoras regionais e redes de varejo.
A perspectiva é de forte crescimento também no médio prazo. Segundo Guimarães, a meta é atingir R$ 10 bilhões em faturamento nos próximos cinco anos, combinando a operação de crédito e PIX com novos produtos. O plano inclui sistemas de manutenção, telemetria, tag de pedágio e outras soluções integradas à plataforma. “Nosso objetivo é construir um ecossistema completo de mobilidade corporativa. O PIX é só o começo de uma jornada para tornar o abastecimento mais justo, inteligente e sustentável”, diz Guimarães.
Atualmente com cerca de 40 colaboradores, a empresa planeja dobrar de tamanho até o fim de 2026. Caso atraia investidores externos, os aportes podem dobrar o volume atual, com novos lançamentos já previstos para o próximo ano.
“Estamos falando de uma mudança estrutural no modo como o combustível é comprado e gerido no país”, afirma Guimarães. “Eliminamos o ágio, ampliamos o poder de escolha e entregamos controle em tempo real — tudo isso mantendo a simplicidade do PIX. É um avanço que deve redefinir o mercado de gestão de frotas nos próximos anos.”
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