Uma sondagem da indústria de autopeças realizada em setembro mostra que os impactos da tarifa dos Estados Unidos tendem a ser limitados. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) 42% das empresas assinalaram que não exportam para os Estados Unidos, 26% têm baixa relevância do mercado norte-americano em suas vendas externas (menos de 5%) e somente 4% apontaram relevância significativa (20% a 50%).
“Esses resultados reforçam a avaliação de que, apesar da recente desaceleração nas exportações totais e da queda no faturamento de autopeças oriundo desse mercado, as tarifas impostas pelos Estados Unidos não devem gerar efeitos tão nocivos para o setor de autopeças, quanto deverão gerar em setores mais dependentes do mercado americano”, esclarece o Sindipeças.
A pesquisa conjuntural e da reposição, feita mensalmente pelo Sindipeças com 63 fabricantes de autopeças de todos os portes mostra que o setor externo foi o principal ponto de atenção em julho, com recuo das exportações tanto em reais (7,0% nominal e 7,3% real) quanto em dólares (6,6% nominal e 5,3% real).
“Apesar da expressiva alta acumulada de 52,7% no ano, observa-se perda de dinamismo das exportações de autoveículos desde junho, o que acende um alerta quanto à manutenção do ritmo extremamente favorável desse mercado, até aqui fundamental para servir de suporte à produção nacional”, destaca o Sindipeças.
O sindicato ressalta que, nesse período, o cenário internacional ganhou relevância com a imposição de sobretaxas pelo governo dos Estados Unidos, que elevou para 50% aqueles incidentes sobre produtos brasileiros, com exceções para setores estratégicos. “Na indústria automotiva, permanecem em vigor desde 3 de maio sobretaxas de 25% sobre autopeças destinadas a veículos de passageiros e comerciais leves de até cinco toneladas, enquanto veículos acima desse porte e suas autopeças foram incluídos na nova alíquota de 50%.”
Faturamento mensal
A pesquisa conjuntural e da reposição mostram que a indústria de autopeças apresentou resultado positivo em julho, revertendo a desaceleração observada no mês anterior. O faturamento cresceu 8,0% em relação a junho (7,6% em termos reais) e 6,7% frente a julho de 2024 (3,2% em termos reais). A receita proveniente da linha leve aumentou 6,90% e da linha pesada 12,98%.
No acumulado de janeiro a julho de 2025, o faturamento nominal avançou 13,0% e 9,6% em termos reais, superando o crescimento de 6,1% registrado pela produção de autoveículos no mesmo período.
O crescimento mensal, segundo o Sindipeças, foi impulsionado pelo bom desempenho das vendas para montadoras, que garantiram aumento de 10,9% no faturamento das empresas em relação a junho deste ano. Para o mercado de reposição, o aumento foi de 8,0% e das vendas intrassetoriais de 16,8%, com resultados muito próximos em termos reais (10,5%, 7,6% e 16,3%, respectivamente).
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