O Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina, deve ganhar um novo fôlego de competitividade com a construção do túnel imerso entre Santos e Guarujá, arrematado na última sexta-feira (5) pela Mota-Engil Latam Portugal em leilão na B3, em São Paulo. O empreendimento, orçado em R$ 6,8 bilhões, terá prazo de cinco anos e será executado em regime de parceria público-privada (PPP), com concessão de 30 anos.
Hoje, cerca de 27 mil veículos cruzam diariamente o estuário nas balsas, que dividem espaço com navios cargueiros e afetam a segurança da navegação. Com o túnel, caminhões que percorrem 40 quilômetros adicionais para acessar a margem oposta terão o trajeto reduzido a pouco mais de um minuto.
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Segundo a Autoridade Portuária de Santos (APS), esse encurtamento deve representar ganhos expressivos de eficiência logística, com redução anual de 70 mil toneladas de CO₂, menor tempo de operação e maior previsibilidade no fluxo de cargas. O túnel também permitirá a expansão da margem esquerda do porto, área de Guarujá onde está sendo implantado o Tecon Santos 10, terminal de contêineres com capacidade para 3,5 milhões de TEUs.
A nova ligação terrestre facilitará a movimentação de equipamentos, trabalhadores e insumos, acelerando o cronograma de investimentos privados já em curso. “A infraestrutura é decisiva para colocar Santos entre os 20 maiores portos do mundo, reforçando sua atratividade em cadeias globais de suprimentos, informou a APS.
Porto mais seguro e eficiente
Além de ampliar a capacidade operacional, a obra deve reduzir riscos de colisão entre balsas e cargueiros e liberar espaço para manobras de navios de maior porte. Para o governo federal, a obra chega em um momento estratégico de expansão portuária, consolidando Santos como um hub logístico internacional.
“O túnel não é apenas uma ligação viária: é uma obra que dá ao Porto de Santos condições de crescer com mais eficiência, segurança e sustentabilidade”, afirmou Anderson Pomini, presidente da APS.
Conexão regional e impacto econômico
Embora traga benefícios diretos à mobilidade da Baixada Santista — região com cerca de 2 milhões de habitantes —, a aposta do governo e da iniciativa privada é que o impacto maior será sobre a economia nacional, pela redução de custos logísticos e maior fluidez nas exportações.
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