Investimentos privados e públicos em rodovias têm efeito direto sobre PIB do transporte, aponta CNT

No cenário internacional, o Brasil ocupa a 116ª posição entre 141 países em qualidade de rodovias, atrás de vizinhos como Chile, Argentina e Uruguai

Redação

Investimentos públicos e privados em rodovias têm efeito direto sobre o desempenho do setor de transporte, com impactos distintos em velocidade e intensidade. Recursos privados costumam gerar retorno mais rápido, enquanto os aportes públicos promovem expansão gradual, especialmente em regiões com menor atratividade econômica. Essa é a conclusão do estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre os efeitos dos investimentos em infraestrutura rodoviária no desempenho do setor.

A CNT destaca que os efeitos de curto e longo prazo se acumulam, beneficiando a sociedade ao longo da vida útil das obras. “O setor público atua em áreas menos atrativas economicamente, enquanto o privado contribui com eficiência operacional e foco em metas de desempenho. A articulação entre ambos permite alavancar recursos e ampliar os benefícios para a infraestrutura rodoviária”, afirma Vander Costa, presidente da entidade.

Entre 2020 e 2024, a média anual de investimentos privados em rodovias foi de R$ 11,45 bilhões. Um aumento de 1% nesse volume (R$ 114,49 milhões) geraria impacto imediato de R$ 295,64 milhões no PIB do setor de transporte, chegando a R$ 545,60 milhões em apenas nove meses. Já os investimentos públicos federais somaram, em média, R$ 10,16 bilhões por ano. Um acréscimo de 1% (R$ 101,60 milhões) produz efeito mais gradual: R$ 62,42 milhões no curto prazo e R$ 471,56 milhões após 18 meses.

A CNT destaca que os efeitos de curto e longo prazo se acumulam, beneficiando a sociedade ao longo da vida útil das obras. “O setor público atua em áreas menos atrativas economicamente, enquanto o privado contribui com eficiência operacional e foco em metas de desempenho. A articulação entre ambos permite alavancar recursos e ampliar os benefícios para a infraestrutura rodoviária”, afirma Vander Costa, presidente do Sistema Transporte.

O transporte é estratégico para a economia brasileira: em 2024, gerou R$ 366,26 bilhões, equivalentes a 3,1% do PIB nacional e 5,3% do PIB de serviços, além de empregar 2,88 milhões de trabalhadores (6% dos empregos formais do país). O segmento rodoviário concentra o maior peso, movimentando 65% das mercadorias e transportando mais de 90% das pessoas.

Apesar da relevância econômica, a infraestrutura rodoviária enfrenta desafios. Apenas 12,4% da malha nacional é pavimentada, e 67% das vias avaliadas estão em condições regular, ruim ou péssima, segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2024. Para recuperar e manter a malha avaliada, seriam necessários R$ 99,77 bilhões.

No cenário internacional, o Brasil ocupa a 116ª posição entre 141 países em qualidade de rodovias, atrás de vizinhos como Chile, Argentina e Uruguai. Fernanda Rezende, diretora executiva interina da CNT, afirma que investir em transporte não apenas melhora a logística, mas também impulsiona o crescimento econômico sustentável.

“Quanto melhor forem direcionados, mais rápido e expressivo será o impacto no PIB do transporte e na competitividade do Brasil”, conclui.

Acesse aqui o estudo completo.

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