A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revisou para baixo as projeções para o mercado de caminhões. Diante do grande impacto da taxa de juros aos novos negócios, a estimativa é que sejam emplacados 113.562 caminhões em 2025, o que representará uma queda de 7,0% em relação ao ano passado, quando foram comercializados 122.099 veículos no país. A projeção anterior apontava crescimento de 4,5% neste ano.
“Sabemos que o mercado de caminhão é muito vinculado ao PIB e ao crédito acessível, mas a taxa de juros chegou muito forte e está afetando o setor”, disse Arcelio dos Santos Júnior, presidente da Fenabrave.
Em junho o setor registrou a venda 8.374 caminhões no país, volume 5,77% abaixo de maio deste ano (8.887 unidades) e 13,32% inferior a junho de 2024 (9.661 unidades). No acumulado de janeiro a junho deste ano, teve 53.420 veículos emplacados, queda de 3,62% sobre os 55.425 veículos vendidos no mesmo período de 2024. “A redução está associada à menor renovação de frotas, devido ao alto custo do financiamento, impactado pelas taxas de juros e pelo momento de cautela vivido por alguns setores econômicos”, disse o presidente da Fenabrave.
O emplacamento de caminhões pesados, com maior representatividade nas vendas do setor, teve redução de 14,31% nas vendas no primeiro semestre de 2025, com 24.587 veículos, quando comparado com o mesmo período de 2024, quando registrou a venda de 28.690 unidades. Os semipesados tiveram aumento de 12,29%, saltando de 15.201 para 17.069 unidades, e os médios de 20,41%, de 6.224 para 7.494 unidades. Os caminhões leves tiveram redução de 4,41% nas vendas, de 2.725 para 2.604 unidades, e os leves de 15,47%, de 1.932 para 1.633 unidades.
Ranking de emplacamento
No ranking de vendas de caminhões no primeiro semestre deste ano, a liderança ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que garantiu 26,51% de participação. A Mercedes-Benz, segunda colocada, teve 26,25%, a Volvo 18,21%, Scania 12,59%, Iveco 7,64%, DAF 7,35% e Foton 1,04%, segundo a Fenabrave.
Implementos rodoviários
Para implementos rodoviários, a estimativa é de redução de 20,0% no emplacamento, totalizando 70.928 unidades em 2025, ante os 88.661 produtos comercializados no ano passado.
Com a pior queda no ano, o segmento vive um cenário complexo, segundo o presidente da Fenabrave. “O fraco desempenho do segmento foi atribuído à preferência de compra do caminhão, por parte dos transportadores. Porém, a situação se soma aos altos juros, diminuição das atividades dos setores econômicos vitais para o segmento e maior cautela por parte dos empresários, o que acaba gerando uma queda ainda maior”, disse Santos Júnior.
Em junho, as vendas de implementos rodoviários atingiram 5.520 unidades, queda de 6,69% em relação a maio deste ano (5.916 unidades) e de 28,31% sobre junho do ano passado, quando chegaram a 7.700 unidades. No acumulado de janeiro a junho de 2025, foram emplacados 35.829 implementos rodoviários, 19,82% abaixo do primeiro bimestre de 2024, quando comercializou 44.684 produtos no país.
Existe demanda no mercado brasileiro
Apesar do cenário de incertezas e da desaceleração em alguns setores, o presidente da Fenabrave afirmou que ainda há demanda no mercado brasileiro. “Temos um PIB elevado e estamos acompanhando de perto o desempenho do setor automotivo e, provavelmente, faremos outra revisão no mês de outubro, sempre considerando essas variáveis, principalmente o crédito”, destacou.