Hidrovia Tocantins-Araguaia ganha força com remoção de obstáculos no leito do rio, diz NTC&Logística

Segundo avaliou a entidade, a licença concedida pelo Ibama abre caminho para modernização da Hidrovia Tocantins-Araguaia e promete reduzir custos logísticos em todo o país

Redação

A concessão da licença de Instalação para a remoção do Pedral do Lourenço, no Rio Tocantins (PA), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), representa um marco estratégico para a infraestrutura logística brasileira, segundo avalia a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística).

De acordo coma entidade, a medida viabiliza um avanço histórico na Hidrovia Tocantins-Araguaia e é uma oportunidade para fortalecer o transporte hidroviário e impulsionar a competitividade do país.

Localizado entre Marabá e o Lago de Tucuruí, o Pedral do Lourenço é uma formação rochosa que há décadas restringe a navegabilidade do Rio Tocantins, principalmente nos períodos de estiagem. A remoção dessa barreira permitirá a navegação durante todo o ano, facilitando o transporte de grãos, minérios e insumos com mais eficiência, menor impacto ambiental e custos operacionais reduzidos.

“É uma conquista histórica para a logística nacional, especialmente para o desenvolvimento da região Norte”, afirma Eduardo Rebuzzi, presidente da NTC&Logística. “O transporte hidroviário é essencial para reduzir desigualdades, melhorar a competitividade e ampliar as opções logísticas do país. O derrocamento do Pedral do Lourenço é uma obra estratégica que precisa avançar com responsabilidade e investimento contínuo.”

A entidade defende que a remoção do pedral seja acompanhada de políticas públicas que incentivem o uso pleno da hidrovia e promovam sua integração com outros modais de transporte, como rodovias e ferrovias. A expectativa é que a capacidade de escoamento da Hidrovia Tocantins-Araguaia salte para até 20 milhões de toneladas por ano.

Para Daniel Bertolini, vice-presidente extraordinário da NTC&Logística para o Transporte da Amazônia, a autorização representa uma “virada de chave” para o transporte fluvial no Brasil. “Com essa obra, será possível transportar milhões de toneladas com menor custo e menor impacto ambiental, beneficiando produtores, exportadores e transportadores de todo o país. É um ganho direto para a logística regional e nacional”, afirma.

Integração entre regiões produtivas

Bertolini destaca ainda o papel estratégico da hidrovia na integração entre as regiões produtivas do Centro-Oeste e os portos da região Norte, como o de Vila do Conde, em Barcarena (PA). “Essa obra vai além da Amazônia. Ela impacta o agronegócio, a mineração, os portos e todos os elos da cadeia logística nacional. É a prova de que, com planejamento e visão de futuro, é possível transformar gargalos em oportunidades”, conclui.

A decisão do Ibama contempla ainda uma série de condicionantes ambientais, como o monitoramento da fauna, controle da qualidade da água e mitigação de impactos sonoros e vibracionais. As exigências buscam garantir que o avanço da infraestrutura ocorra de forma sustentável e alinhada com a preservação ambiental da região amazônica.

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