Bancos de montadoras reduzem em 4,3% o recurso para financiamento no primeiro trimestre

O valor total disponibilizado atingiu R$ 57,7 bilhões até março deste ano e o CDC, que tem maior representatividade nos financiamentos, teve redução de 4,9% nos contratos, absorvendo R$ 57,1 bilhões no período, enquanto o consórcio se destacou, crescendo de 4% para 7% nos negócios de caminhões e ônibus

Durante o primeiro semestre de 2024, a Rodobens Seguros anunciou um crescimento de 210% na contratação de seguros de frota em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os números revelam um avanço de R$10 milhões em prêmios, contra R$4,8 milhões no primeiro semestre de 2023.

Sonia Moraes

Os bancos de montadoras liberaram no primeiro trimestre deste ano R$ 57,7 bilhões de recursos para o financiamento de veículos, montante 4,3% inferior aos R$ 60,3 bilhões disponibilizados no mesmo período de 2024, segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).

O Crédito Direto ao Consumidor (CDC), modalidade com maior representatividade nos financiamentos, absorveu R$ 57,1 bilhões do total disponibilizado no período. Este valor representou uma redução de 4,9% na comparação com os R$ 60,1 bilhões registrados nos três primeiros meses de 2024.
O saldo total das carteiras de veículos financiados atingiu R$ 494,4 bilhões no acumulado de janeiro a março deste ano, crescimento de 14,7%, em relação ao mesmo período de 2024, quando o saldo foi de R$ 431,6 bilhões.

Enilson Sales, novo presidente da Anef, que assumiu o mandato de três anos, afirma que no início de maio os juros altos afetaram o setor de crédito automotivo. “Embora a carteira de financiamento tenha aumentado, o valor médio por operação sofreu redução, impactando no total de recursos liberados. Isso reflete um comportamento mais cauteloso do consumidor, que está cada vez mais sensível ao custo do crédito. Em vez de comprometer uma parcela maior da renda com prestações longas e pesadas, ele opta por financiamentos menores, veículos mais acessíveis”, diz Sales.

Na última quarta-feira, 07/05, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros para 14,75% ao ano. “Com os juros altos, o consumidor se retrai e prefere comprar um veículo de menor valor ou fazer outros tipos de investimentos. Esse cenário exige que o setor busque alternativas para manter a atratividade do financiamento”, afirma Sales.

Para os próximos meses, Sales avalia que o mercado não deve ter grande oscilação. No início do ano, a Anef projetou para 2025 um aumento de 8,5% no total de recursos liberados, alcançando R$ 297 bilhões. “Ainda é cedo para se falar em reavaliação. Vamos manter o que está projetado”, diz o presidente da entidade.

Formas de escoamento das vendas

Em todas as modalidades de financiamento, o consórcio se destacou no primeiro trimestre de 2025, segundo a Anef. Para caminhões e ônibus, cresceu três pontos percentuais, de 4% para 7%. As vendas à vista tiveram um decréscimo de 25% para 22%. E as vendas financiadas permaneceram no mesmo patamar de 40%.
No caso de veículos leves, o consórcio aumentou sua participação de 4% para 5%. As vendas financiadas caíram de 46% para 45% e as vendas à vista permaneceram em 50%.

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