Faturamento da indústria de autopeças avança 17,8% no primeiro trimestre de 2025

A receita de vendas para as montadoras aumentou 16,11% de janeiro a março deste ano e para o mercado de reposição o avanço foi de 14,31%. As exportações garantiram um incremento de 12,49%

Sonia Moraes

A indústria de autopeças teve um avanço de 17,8% na receita líquida nominal no primeiro trimestre de 2025 em relação à igual período de 2024. Em termos reais, o aumento foi de 13,8%. O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) atribui o desempenho positivo à influência dos bons resultados do segundo semestre de 2024, além do crescimento de 8,3% na produção de veículos novos e de 3,4% nos licenciamentos.

Em março, o faturamento nominal teve crescimento de 14,26% em relação ao mesmo mês de 2024, mas ficou 0,52% abaixo de fevereiro deste ano. O Sindipeças esclarece que o resultado negativo foi decorrente do menor número de dias úteis devido ao feriado de Carnaval e destaca não ser pequena a probabilidade de o segundo semestre apresentar desempenho pior do que o de 2024.

“As razões para isso estão expressas nos efeitos do aumento dos juros básicos (no primeiro quadrimestre do ano a taxa Selic subiu 2,5 pontos percentuais), expectativa de perda de dinamismo do mercado de trabalho, forte volatilidade cambial e incertezas sopradas pelos ventos que vêm de fora (tarifaço, guerra no Leste Europeu, acirramento das tensões na faixa de Gaza e o recente episódio entre Índia e Paquistão).”

Em resposta a esse cenário, a utilização de capacidade reagiu com queda de 1,5 ponto percentual e o saldo de empregados encolheu 6,2% frente ao mês anterior, indicando que as empresas do setor aguardam resultados mais fracos do segundo trimestre para frente.

Canais de distribuição

Nos canais de vendas, o faturamento nominal proveniente das montadoras recuou 2,0% em março e para o mercado de reposição a queda foi de 0,4%. Mas as exportações tiveram crescimento de 6,6%. No acumulado de janeiro a março, a receita de vendas para as montadoras aumentou 16,11% e para o mercado de reposição o avanço foi de 14,31%. As exportações garantiram um incremento de 12,49%.

Resultado do primeiro bimestre

Em fevereiro, a indústria de autopeças manteve desempenho favorável, segundo o Sindipeças, sendo em parte beneficiada pelo deslocamento do feriado de Carnaval para março. Em relação a janeiro, o faturamento nominal avançou 10,5% (10,2% em termos reais), favorecido pelo ritmo das vendas às montadoras, que cresceram 15,9% na variação nominal e 15,5% na variação real, e aos mercados no exterior, que aumentaram 10,2% na variação nominal e 9,8% na real. 

O Sindipeças destaca que a produção de veículos novos cresceu 14,8% no bimestre frente a igual bimestre de 2024, enquanto as exportações de autopeças, embora tenham avançado modestamente no período, 0,5%, somaram embarques para a Argentina superiores a 29,0%. “É importante relembrar que o mercado argentino representou cerca de 40% das vendas do setor para o exterior no primeiro bimestre de 2025.”

No primeiro bimestre, o faturamento teve incremento de 19,7% (em termos reais, a alta foi de 15,8%) e de 14,9% nos últimos 12 meses, sendo 11,4% em reais). 

Segundo o Sindipeças, todos os canais de vendas foram favoráveis no primeiro bimestre. Em termos nominais, as exportações cresceram 34,7%, a reposição, 13,7%, e as vendas para montadoras, 18,7%.  “Isso é reflexo da evolução estrutural positiva do mercado da reposição, com destaque para o crescimento em termos nominais de 12,8% das vendas para a linha leve (9,1% em termos reais) e de 18,0% em termos nominais para a linha pesada (14,1% em termos reais).

Em fevereiro, em relação a janeiro, registrou-se pequeno recuo de 0,5% das vendas para o mercado da reposição e nas operações intrassetoriais de 2,5%. Mas teve resultados nominais expressivos nas vendas para montadoras, com aumento de 15,9%, e nas exportações em dólares, alta de 10,2%. “O aumento das vendas nos mercados vizinhos em fevereiro, principalmente Argentina, Colômbia, Equador e Uruguai, e a resiliência do mercado de trabalho doméstico justificam esses movimentos”, afirma o Sindipeças.

Em fevereiro houve acentuada criação de empregos, com aumento de variação de 7,5% em relação ao mês anterior e de 11,5% no primeiro bimestre. A utilização da capacidade aumentou três pontos percentuais, atingindo 75%, revelando em contrapartida diminuição de 2,6% da ociosidade mensal e de 2,1% no ano.

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