João Mathias, especial para a Transporte Moderno,
Investimentos de vulto de grandes companhias internacionais do setor de autopeças estão sendo direcionados para o mercado de reposição automotiva brasileiro, onde o segmento vem se expandindo em uma evolução contínua e com previsão de avançar ainda mais nos próximos anos. Presidente da unidade local do Grupo NTN, Leonardo Araujo, diz que está apenas à espera da assinatura da matriz japonesa para confirmar a liberação do aumento de capacidade da produção nacional em 2026. “A decisão já está tomada para incrementar as vendas entre 20% e 25% a partir do próximo ano”, afirma o executivo, que frisou não ter detalhes sobre as cifras.
Araujo, que está à frente da operação brasileira desde setembro de 2024, liderando a expansão e consolidação das marcas NTN e SNR no país após um período de três anos na unidade francesa, conta que a expectativa da NTN Brasil é saltar a oferta de mais de 3 mil itens em seu portfólio para 5 mil nos próximos três anos. Com instalações em Fazenda Rio Grande (PR), na grande Curitiba, a companhia é fabricante de peças para os segmentos automotivo e industrial, com destaque para rolamentos para rodas, cubos de roda, rolamentos de câmbio e soluções específicas para linha pesada e veículos comerciais.
Aumenta da demanda de reparação
A multinacional, cujo componente mais vendido são os rolamentos de roda, que utilizam 80% da capacidade anual interna de 4 milhões de unidades, está atenta à crescente demanda nacional de reparação. Segundo a NTN Brasil, por estar inserido em um cenário dinâmico e altamente competitivo, o segmento exige ações específicas, com foco em qualidade, confiabilidade e proximidade com os distribuidores, reparadores e montadoras, além de adaptação aos novos desafios da mobilidade, sustentabilidade e inovação.
Por isso, para dar mais apoio aos distribuidores e aplicadores de seus sistemas e produtos, a NTN Brasil resolveu juntar o centro logístico com o de distribuição, que está localizado em uma área de 4 mil metros quadrados em Campina Grande do Sul, próximo à sede paranaense. De lá, a fornecedora de autopeças atende todo o território nacional e alguns países da América Latina, incluindo itens somente produzidos aqui e que abastecem clientes do grupo em outros continentes.
Os planos de crescimento no país também fazem parte de outra estratégia do grupo, que pretende ampliar o fornecimento de produtos para o mercado de reposição mundial, com parcela atual considerada tímida. Araujo informa que a perspectiva é de subir para 40% a participação do aftermarket no faturamento global, o que pode ser maior especificamente para a linha de pesados. “Hoje é de 17%”, diz o presidente. No Brasil, contudo, os segmentos já são mais equilibrados nos negócios da NTN, com 50% para OEM e 50% para reparação.
Outro foco do grupo é a mobilidade elétrica, porém, neste caso, está mais voltado para o mercado internacional, pois o corpo diretivo da NTN avalia que a eletrificação de veículos ainda muito incipiente em território nacional. Em 2024, a companhia lançou amortecedores para automóveis eletrificados na Europa. As demais novidades no segmento incluem as juntas homocinéticas, que são importantes para o torque silencioso do motor. Ainda no segmento de sustentabilidade, a NTN assumiu o compromisso de atingir a neutralidade na emissão de carbono até 2050.
A NTN Brasil esteve presente na Automec 2025 – 16ª Feira Internacional de Equipamentos, Serviços e Autopeças, que ocorreu de 22 a 26 de abril no São Paulo Expo, em São Paulo. No evento, a fabricante global de rolamentos apresentou a linha premium de rolamentos de roda, voltada especialmente para veículos de luxo e alta performance. Para analisar a aceitação do mercado de reparação daqui e estudar futuros lançamentos, inclusive para veículos pesados, a empresa aproveitou o evento para mostrar linhas que hoje só vende lá fora.
Assista a entrevista com Leonardo Araujo, presidente da NTN
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