A Cummins aproveitou a Automec 2025, principal feira de reposição e reparação automotiva da América Latina, realizada de 22 a 26 de abril em São Paulo, para alertar sobre o risco da falsificação de peças automotivas, a qual considera ser um grande desafio para o mercado brasileiro de reposição.
No segmento de peças aplicadas a motores Cummins, estima-se que o valor movimentado anualmente chegue a R$ 1,1 bilhão — considerando somente o mercado de reposição. “Estimamos que de 15% a 20% do volume comercializado hoje no Brasil são de peças falsificadas, acarretando um prejuízo de R$ 220 milhões para a companhia”, disse Edivaldo Portugal, gerente de produto Cummins, durante encontro com jornalistas na Automec. “É um problema latente e precisamos alertar o cliente e orientar sobre o risco que estão correndo com peças falsificadas.”
Etiqueta de segurança
A Cummins comercializa mais de 70 mil peças de seu catálogo no país, com giro mensal de 22 mil peças. Para garantir proteção ao cliente e a integridade dos equipamentos, a empresa apresenta na Automec sua mais recente inovação no combate à falsificação: uma nova embalagem com a logomarca Cummins e etiqueta de segurança holográfica, que permite o rastreamento e a validação do componente por meio do site oficial da marca. Produzidas por um único fornecedor global, essas etiquetas contam com mecanismos que impedem sua reutilização, oferecendo uma camada extra de segurança contra fraudes. “O benefício da peça genuína é o alto desempenho, durabilidade e segurança, enquanto o uso de peças falsas compromete o motor e eleva os custos com manutenções não programadas”, frisou o gerente.
A empresa destaca também a linha ReCon de peças remanufaturadas, que tem 35 anos de Brasil e 75 anos de presença no mercado global. “Os produtos remanufaturados utilizam 85% menos energia elétrica do que a produção de itens novos, reduzindo significativamente o impacto ambiental”, disse Portugal, destacando que de 2023 para 2024 a empresa teve crescimento de 37% na linha ReCon. “Foi um crescimento expressivo e o carro-chefe foram as mudanças de portfólio.”
Os dois novos produtos da linha ReCon lançados nesta feira para o aftermarket são os novos injetores para veículos Euro 5 – ISB 4.5 e 6.7 – e a expansão da linha Backbone ReCon, agora com cobertura para motores ISF e ISL.
A Cummins Emission Solutions (CES) apresenta o sistema de pós-tratamento Single Module acoplado ao motor B6.7, com foco no suporte ao mercado de reposição desde a chegada da norma Euro 6 ao Brasil, em 2022, para homologação de produtos. A CES vem trabalhando para garantir ampla cobertura e disponibilidade de peças que compõem o sistema — catalisador de oxidação de partículas (DOC), filtro de particulado derivado do diesel (DPF), misturador de gases e partículas de ureia (Mixer) e catalisador de redução de NOx (SCR) — todos disponíveis nas redes autorizadas.
Segundo Daniel Malaman, gerente de vendas da CES Brasil, o Single Module é 60% menor em volume e 40% mais leve em relação a soluções equivalentes. “Esta inovação foi desenvolvida visando a redução do custo e agilidade de manutenção: as peças DOC, DPF e SCR podem ser desmontadas separadamente, evitando a substituição de todo o conjunto em caso de falha, representando uma economia significativa para usuários e frotistas”, explicou Malaman.
Estimativas
Em 2024, a Cummins teve crescimento de 20% no mercado de reposição e neste ano projeta crescer 10% com várias ações, entre elas o combate à falsificação de peças. “É uma projeção conservadora, mas temos certeza de que vamos atingir essa meta, pois estamos fazendo um trabalho muito forte de reformulação de portfólio, principalmente na linha de remanufaturados, além do lançamento de produtos para a linha Euro 5, como os injetores. Esta cesta de alternativas traz essa perspectiva de crescimento”, disse Portugal, destacando que a empresa tem 27% de participação na reposição e 73% de mercado para buscar novos negócios.