O setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) enfrenta um cenário desafiador no início de 2025, com uma série de aumentos de custos que pressionam diretamente as margens de rentabilidade das empresas do setor. A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística ( NTC&Logística) destaca a necessidade urgente de um reajuste nas tarifas de frete para assegurar a viabilidade financeira das transportadoras e evitar um agravamento da defasagem já observada nos custos operacionais.
A decisão de ajustar as tarifas de frete leva em conta uma série de fatores que impactam diretamente os custos do setor, desde a elevação da carga tributária até os aumentos nos preços do diesel, principal insumo do transporte rodoviário, esclarece a entidade.
A NTC defende que, desde o começo de janeiro, as mudanças na legislação trabalhista resultaram em um aumento de cerca de 1,5% nos custos com a folha de pagamento, o que já pesa no orçamento das empresas de transporte. “Com isso, o repasse desse custo adicional aos preços do frete se torna inevitável para garantir a sustentabilidade do setor.”
Outro fator que intensifica a necessidade de ajustes, segundo a NTC&Logística, é o aumento contínuo da Taxa Selic, fixada em 13,25% após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em janeiro de 2025. Este é o quarto aumento consecutivo da taxa, que impacta diretamente as empresas que dependem de crédito e financiamento, encarecendo os custos financeiros. “A alta da Selic onera o setor e torna imprescindível o repasse dessas elevações aos preços do frete, especialmente nos prazos mais longos de pagamento”, explica a NTC&Logística.
Reajustes no diesel
Em outubro de 2024, o Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) anunciou um reajuste no ICMS sobre o diesel, elevando o custo do combustível em R$ 0,06 por litro. Com a vigência dessa alteração a partir de 1º de fevereiro de 2025, o impacto já será sentido nas tarifas de frete. Além disso, em 31 de janeiro, a Petrobras anunciou um aumento de 6,29% no preço do diesel para as distribuidoras, o que corresponde a uma alta de R$ 0,22 por litro.
Segundo a entidade, esses reajustes são particularmente sensíveis para o setor de transporte, já que o diesel representa cerca de 35% dos custos totais das empresas de transporte rodoviário. A NTC&Logística estima que o impacto do aumento do combustível seja de aproximadamente 2,2% no preço do frete, o que pressiona ainda mais a formação do preço final do serviço.
A situação é ainda mais delicada quando se observa que o setor de transporte rodoviário de cargas já opera com margens de lucro reduzidas. “O repasse imediato dessas elevações de custos é fundamental para que as transportadoras não vejam suas margens de rentabilidade ainda mais comprimidas”, afirma a entidade.
A NTC&Logística também alertou para o risco de agravamento da defasagem nos preços de frete, que já foi identificada em estudos do Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas (DECOPE). “A defasagem tarifária já é um problema, e se não houver um ajuste imediato, isso poderá prejudicar a operação de muitas empresas do setor.”
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