Demanda aquecida por turbocompressores impulsiona crescimento da BorgWarner

Neste ano, a produção da empresa deve atingir cerca de 580 mil produtos. Para 2025, expectativa é superar as 600 mil unidades, com a implementação terceiro turno de produção

Valeria Bursztein

À frente da unidade fabril de Itatiba (SP) da BorgWarner, a diretora geral, Melissa Mattedi, revelou que a empresa prevê incorporar em 2025 um terceiro turno de produção de turbocompressores, sistemas de sincronismo de motor, ventiladores e embreagens viscosas para automóveis, caminhões, veículos agrícolas e de construção.

A unidade completou 10 anos no ano passado e tem acompanhado o crescimento do mercado de turbocompressores, com expansão contínua dos volumes fabricados. Em 2018, ultrapassou os 5 milhões de turbocompressores produzidos no Brasil. Em 2022, a produção desses componentes aumentou 16,5% para atender ao mercado brasileiro e 20% para o mercado de exportação. No mesmo ano, a produção de turbos e embreagens para o mercado de reposição cresceu 15%.

Agora, de acordo com as projeções da diretora geral, a meta é alcançar a produção de 600 mil turbocompressores para carros de passeio em 2025, com a implementação do terceiro turno. “O mercado e a empresa passam por um momento de desenvolvimento pelo qual esperávamos. Desde 2021, crescemos quatro vezes em volume e faturamento apenas em Itatiba, impulsionados pelo contrato com a Stellantis”, celebra Melissa.

Este ano, segundo ela, a produção da empresa deve atingir cerca de 580 mil produtos. Entre os clientes da empresa estão Cummins, Mercedes-Benz, Iveco, Ford, MWM-International, Valtra, MAN, entre outros.

Melissa Mattedi, diretora geral BorgWarner de Itatiba (SP) (Foto: Divulgação)

Mover

A executiva conta que a empresa já está habilitada como fabricante de componentes na primeira fase do Mover (Mobilidade Verde e Inovação) e estuda uma nova inscrição para o desenvolvimento de produtos. A estratégia visa alinhar-se às demandas das montadoras para o desenvolvimento de novos turbocompressores.

“Hoje, cerca de 70% dos componentes dos turbos são importados. Mas a tendência, com o MOVER, é reduzir o uso de componentes produzidos em outros países”, ressaltou Mattedi.

A executiva destacou que a companhia é responsável por 50% de todos os turbocompressores instalados em motores flex no Brasil, sendo esse segmento, que inclui veículos leves e pesados, responsável por 75% do faturamento do grupo no país.

Liderança feminina

Melissa é a primeira mulher a ocupar a direção geral da BorgWarner no Brasil, ingressando, em abril deste ano, em um seleto – e ainda pequeno – grupo de executivas em posições de liderança na BorgWarner em nível global. “Tenho 10 anos de atuação no setor automotivo e outros sete no grupo, mas sempre na área de controladoria e finanças. No entanto, sempre fui uma profissional curiosa para entender a empresa como um todo e passei a aprender”, conta a executiva, natural de Campinas (SP).

Multiplicar a presença feminina na dinâmica da empresa é uma das metas de Melissa. Seguindo a estratégia adotada globalmente, a unidade brasileira da BorgWarner implementou iniciativas para a capacitação e o desenvolvimento profissional das funcionárias na planta de Itatiba. “Temos um projeto de incentivo às mulheres na engenharia e, com o Senai, um curso de formação de funcionárias em usinagem, que será ampliado para os setores de almoxarifado e logística.”

Ela acrescenta que o momento da empresa é de crescimento acelerado da produção e que a estratégia é aprimorar os processos de melhoria contínua para atender ao aumento projetado. “É hora de promover o reaproveitamento interno do pessoal, com a especialização do quadro de colaboradores.” Segundo ela, atualmente, 21% dos funcionários da unidade de Itatiba são mulheres, e o plano é alcançar a meta global da companhia de atingir 35% até 2026.

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